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3 jun 2024
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Atualizado: 4 jun 2024
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*Christiane Bechara é sócia e CFO da KPTL
É uma palavra que ecoa na cabeça de gestores e lideranças… compliance. Cada vez que ouvimos frases como “isso é lá com o pessoal do compliance”, “o compliance não vai deixar” ou "você checou junto ao compliance?", fica claro que é preciso falar sobre o tema. E mais do que simplesmente debater a respeito, é importante desmistificá-lo.
Embora as traduções e definições estritas possam apenas associar compliance ao cumprimento de regras e checklists, faz sentido considerar um conceito mais abrangente, de fazer o que é certo, independentemente de haver brechas ou flexibilidade para agir de outra forma.
A ideia é não se restringir ao conceito de conformidade somente, mas de expandir para uma conduta ética e voltada para a cidadania e para os princípios de integridade, transparência, responsabilização (“accountability”).
Como estabelece o Código do IBGC, em sua 6a. edição, “os princípios aplicam-se a qualquer tipo de organização, independentemente de porte, natureza jurídica ou estrutura de capital, formando o alicerce sobre o qual se desenvolve a boa governança”. Uma boa governança e uma cultura de compliance efetiva.
A atitude e o exemplo da liderança são fundamentais para estabelecer o tom e a devida importância do tema. Treinamentos e ferramentas costumam ajudar também.
Mas um ingrediente essencial é a postura de quem lidera as iniciativas e a área de compliance dentro da companhia.
Na medida em que esse departamento se coloca como um aliado dos demais membros do time na identificação e mitigação de riscos com o objetivo de promover a sustentabilidade e longevidade da empresa, ele estabelece pontes para o atingimento do propósito maior: engajar e disseminar a cultura de que compliance é responsabilidade de todos na organização.
O tema está intimamente ligado ao comportamento das pessoas e ao quanto elas se apropriam desses conceitos nas suas tomadas de decisão. Se na vida pessoal há valores não negociáveis, nos preocupamos com quem nos relacionamos e nos empenhamos para incorporar bons hábitos à rotina, por que no trabalho seria diferente?
É esse pensamento que deve permear a atitude e a decisão de fazer o que é correto no dia a dia, não apenas pelo time executivo, mas por todos dentro da organização. A preocupação com a forma de fazer as coisas é um dos elementos chave para garantir a sustentabilidade do negócio.
Além disso, quando as equipes que estão na linha de frente enxergam o compliance como uma área a quem se deve e pode recorrer para tirar dúvidas, buscar aconselhamento para determinadas situações e também para receber orientação quando as coisas dão errado, aí sim, temos um processo efetivado com sucesso.
É muito produtivo quando o compliance deixa de ser encarado como um fiscal, alguém que está lá somente para apontar culpados, cheio de procedimentos burocráticos. E passa a funcionar um organismo vivo, que se adapta e/ou se antecipa às mudanças que ocorrem no negócio.
Diria que esse é o ponto. Ponto focal. O conceito deve ser amplo, irrestrito e, para funcionar, permear todas ações quando estivermos atuando à frente do CNPJ ou simplesmente quando usarmos nosso CPF.
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