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Como as plataformas chinesas estão redefinindo tabuleiro da Black Friday no Brasil

As cinco deciões que empresas brasileiras precisam tomar diante do sucesso explosivo das plataformas da China

Como as plataformas chinesas estão redefinindo tabuleiro da Black Friday no Brasil

, redator(a) da StartSe

8 min

28 nov 2025

Atualizado: 28 nov 2025

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A Black Friday, que anualmente acende o farol do consumo em novembro, deixou de ser apenas a busca por super-descontos e campanhas midiáticas. O que muitos ainda não perceberam é que o tabuleiro dos negócios mudou radicalmente. Gigantes chineses como Temu, Shein, Shopee, Kwai e TikTok Shop reescreveram o manual e estão ditando as novas regras para as marcas que querem sobreviver e vencer neste novo cenário.

No meu livro, recém-lançado, “O Novo Radar dos Negócios”, argumento que o Brasil está sob nova direção. Não porque o consumidor mudou, mas porque mudou o jogo de modelos de negócio. E na Black Friday, essa transformação se torna visível.

Observo que o sucesso explosivo dessas plataformas revela um conjunto de estratégias que as empresas locais precisam, urgentemente, absorver. Destaco algumas:

1. Preço extremo e eliminação de intermediários

A estratégia de preço ultra-baixo, baseada em escalas, cadeias enxutas e o modelo Factory-to-Consumer (F2C), funciona como um poderoso chamariz. A Temu, por exemplo, demonstrou isso com um crescimento explosivo em downloads e usuários ativos mensais no Brasil, durante a última Black Friday local. Faço essa associação no livro, eliminar intermediários significa liberar margem para ofertas mais agressivas.

2. Atenção e experiência social com gamificação

A Black Friday se transformou em um “arcade de compras”. As plataformas chinesas misturam lives, vídeo shopping, interação social e mecânicas de jogo. Para as marcas, não basta apenas “cortar preço”, é preciso engajar o cliente em 360°, com fluidez entre entretenimento, descoberta e compra. Exploro essa ideia sob o pilar de Atenção e Experiência Social: a atenção virou moeda estratégica e a Black Friday é seu laboratório.

3. Logística global e adaptação local

As plataformas não fazem apenas promoções, elas as sustentam em logística global eficiente e forte presença digital. Apesar de serem globais, elas localizam suas operações, adaptando idiomas, canais e logística ao contexto brasileiro, chegando a ter CNPJs e atendimento local para ganhar credibilidade. Sua marca no Brasil precisa alinhar cadeia, suporte, dados e execução, pois o cliente fará a comparação com o padrão chinês.

4. Foco na aquisição de novos usuários (e não apenas no faturamento)

Para muitas dessas plataformas, a data é focada na expansão de base de usuários, não apenas na venda imediata de margem. Empresas como a Temu chegam a “queimar” caixa para atrair volume, com uma aposta em conversão de longo prazo. Para as empresas brasileiras, percebo que o insight é vital: a Black Friday não deve ser só sobre faturamento alto, mas sobre ganhar novos clientes, ativar usuários e gerar retenção depois.

5. Jornada contínua vs. evento Isolado

Para o novo jogo, a Black Friday é apenas parte de um ciclo contínuo de promoções, dados, personalização e relacionamento. O contraste com o varejo tradicional, que a trata como um pico isolado, reduz a relevância do evento. No livro, enfatizo que o mundo está sob nova direção e isso significa: não é mais sobre esperar o evento certo, é sobre manter cadência, fluidez e conexão permanente com o cliente.

O que fazer agora?

Para o executivo brasileiro, ignorar essa transformação significa perder participação de mercado, não só durante a semana da Black Friday, mas no ciclo seguinte. Clientes que experimentam fluidez, preço e entrega rápida, tendem a migrar de canal. Eu reitero: se a Black Friday se resumir a preço e não a experiência, a marca será vista como comoditizada. Afinal, no livro, explico que “relevância contínua” é aquilo que permanece depois da promoção. O mercado exige competição em modelo, experiência e recorrência, e não apenas em preço.

Neste cenário, as empresas precisam agir imediatamente. A recomendação inicial é testar e iterar com rapidez, adotando o Ritmo (R) do RADAR: é preciso lançar ofertas-piloto, monitorar o comportamento em tempo real e corrigir dentro do próprio evento. Além disso, garantir uma jornada sem atritos é fundamental, simplificando o checkout, reduzindo cadastros e oferecendo logística rápida, para que cada clique não custe uma conversão. No quesito engajamento, é imperativo utilizar vídeos, lives e gamificação para capturar a Atenção (A do RADAR), antes das ofertas. Na execução, a capacidade de coletar dados e personalizar ofertas no evento é um diferencial, que permite segmentar em tempo real e ajustar preços, canais e mensagens com automação simples (D de Dados). Por fim, o olhar deve sempre pensar além da Black Friday, com retenção e relevância contínua. O evento abre a oportunidade de aquisição, mas a vantagem real é manter o cliente no longo prazo, garantindo a relevância contínua (segundo R do RADAR).

Não é preciso replicar exatamente o modelo chinês, mas é vital adaptar seus princípios ao contexto brasileiro. Como escrevo no livro: o futuro não está no velho tabuleiro. A pergunta crucial é: “Como meu modelo está calibrado para atender a lógica chinesa no Brasil?”.

Conteúdo produzido por Fábio Neto, Chief Strategy Officer (CSO) da StartSe.

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Imagem de perfil do redator

Sócio da StartSe com negócios no Vale do Silício e China, 20 anos Executivo de Grandes Cias, nas áreas estratégica, inovação, transformações digital e cultural nos negócios em que atuou. Investidor e Conselheiro de empresas.

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