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“Não existe espaço para erro na saúde”: como a Afya vem desenvolvendo soluções seguras para saúde com IA

Olhando de forma ampla, a Afya sai na frente para pensar soluções médicas que apoiem do atendimento à carreira dos profissionais.

“Não existe espaço para erro na saúde”: como a Afya vem desenvolvendo soluções seguras para saúde com IA

, Jornalista

10 min

10 out 2023

Atualizado: 10 out 2023

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*Um oferecimento Afya

Tecnologia e saúde andam cada vez mais próximas, resolvendo problemas de base e fortalecendo o papel dos médicos e profissionais de saúde em demandas mais humanas. Lélio Souza, vice-presidente de Serviços Digitais para Prática Médica da Afya, empresa que tem um portfólio de soluções de tecnologia que suportam o médico no dia-a-dia da rotina da prática médica, conversou com a StartSe e fala sobre:

  • o cenário da saúde hoje e porque a tecnologia é necessária;
  • a segurança de dados sensíveis da saúde;
  • se o médico vai ser substituído pela IA;
  • como incluir Inteligência Artificial de forma estratégica na prática médica;
  • e cases do que ele vem desenvolvendo. 

Como a tecnologia pode apoiar a saúde hoje?

Que a gente tem déficits na área de saúde, todo mundo sabe. Agora, com o envelhecimento populacional e a escassez de profissionais qualificados da saúde, “na Europa, em 2030, estima-se uma escassez da ordem de 4 milhões de profissionais, espaço que talvez tenha que ser ocupado pela tecnologia”, explica Lélio, apoiado em estudo que traz aplicações da IA na saúde, olhando para a Europa, mas que pode ser visto de forma mais ampla, e resvala em alguns aspectos.

Ineficiência: “ineficiência geral no sistema de saúde e isso é mundial. Se a gente olhar no Brasil, inflação médica, a quantidade de processos judiciais contra operadoras de saúde, tudo reflete um modelo desequilibrado.” 

Alto custo e interoperabilidade de dados: O médico acaba pedindo mais exames, porque não existe interoperabilidade de dados, logo, o médico pede novamente e acaba onerando o sistema. 

Desigualdade na saúde: Lélio aponta outra questão: “vários padrões na saúde foram baseados em uma amostra com viés” Isso gera uma desigualdade histórica na saúde e a tecnologia pode ajudar nesse sentido. 

Erros e danos: “Por outro lado, a gente tem riscos importantes de serem discutidos e endereçados”, diz ele. Afinal, não existe espaço para erro na saúde. “Se eu vou testar um algoritmo para um determinado diagnóstico, isso não pode colocar em risco os pacientes.”

Promover a saúde e não tratar a doença: “Porque o país é continental, e tecnologia, ela é uma diferenciação aqui na aplicação da saúde de forma mais ampla. Usar a tecnologia para adiantar e não depois, quando já está tudo lotado.”

Avanços na área da saúde a partir dos dados

Hoje, um a cada três médicos e estudantes de medicina no Brasil usam algumas das soluções da Afya. Isso garante o acesso a muitos dados e insights. “De prontuário, de prescrição, de relacionamento médico-paciente. E abre-se um potencial enorme de aplicação de AI”, diz o VP. Por isso, a empresa já vinha estudando o uso de IA Generativa mesmo antes do hype do ChatGPT, mas que foi popularizado agora.

“Então a gente produz conteúdo de suporte à tomada de decisão clínica. Muito conteúdo. O que nos dá uma credibilidade, uma confiança nesse conteúdo.”

Suporte na decisão clínica e em inovações

Ao unir este conteúdo à expertise da empresa, os médicos encontram na Afya suporte para as decisões clínicas -- hoje, mais de 200 mil médicos já usam. 

“Para os suportes a tomadas de decisão beira-leito, dentro do pronto-socorro, a gente está trazendo inovação ali na forma de consumo desse conteúdo por meio de generativa AI, para tornar mais fácil para o médico e mais eficiente o consumo desse conteúdo.”

Mas eles querem ir além! Com a quantidade de dados disponível, eles querem inovar em pesquisa clínica junto ao corpo acadêmico, a indústria e talvez na descoberta de novos medicamentos ou até no entendimento de algumas doenças. “O uso de técnicas de correlação de dados, de machine learning, ele pode potencializar muito a produção de pesquisa clínica”, afirma.

Como manter os dados dos pacientes seguros?

Lélio sinaliza que é fundamental pensar na segurança, seguindo a legislação e lembrando que dados de saúde são sensíveis. Para ele, é fundamental trabalhar “sempre anonimizando o dado, sempre no interesse do conteúdo e não da pessoa.”

  • Isso entra no processo de empoderar o médico no uso deste dado. E, de forma mais ampla, pensar na interoperabilidade dos dados, criando a capacidade de diversos sistemas cruzarem esta informação e se apoiarem nisso (sem a necessidade de exames extras ou informações incompletas).

A adoção da IA pelos profissionais da saúde

Diferente do tempo que tivemos para nos adaptarmos ao uso da internet, por exemplo, a Inteligência Artificial está se desenvolvendo de forma exponencial, segundo Lélio. Para ele, isso cria uma dificuldade para que os profissionais consigam se adaptar, mas também abre muitas possibilidades. 

“O olhar do médico, do ser humano, eu acho que isso está longe de ser substituído. O atendimento, o acolhimento é muito importante. No entanto, o médico tem agora uma ferramenta”, diz ele.

Mas eles precisam estar abertos para aprender e seguir se desenvolvendo. Lélio conta que, de acordo com um estudo comparando o atendimento a um paciente para tirar dúvidas entre médico e ChatGPT, o resultado é chocante: “O ChatGTP, além de ser mais assertivo na resposta, foi mais empático.”

Por isso, “acho que a gente já está no estágio, para aquilo que é commodity, talvez 80% ali do processamento de dados, de imagem, identificação ali de eventuais anomalias, etc, o algoritmo vai fazer. E o especialista vai entrar naqueles casos onde não é commodity”, explica. 

Como é o profissional da saúde do futuro?

Com base nesses desafios, a Afya também vem empoderando os profissionais da saúde nas carreiras. Eles estão testando, inclusive, uma AI que é quase como se fosse um coach, um mentoring por assistência de AI.

Por quê? Lélio entende que o profissional do futuro vai precisar ter domínio dos conceitos médicos, mas também tecnológicos. 

“Então, são médicos que conhecem o ramo de domínio da medicina e conhecem, estudam, se interessam pelas tecnologias disponíveis para criar alguma inovação em tecnologia. Talvez o mais simples são médicos criando calculadoras, apps, pequenos algoritmos para resolver problemas do dia-a-dia do médico, até coisas um pouco mais sofisticadas.”

Ou seja, o conhecimento médico vai ser incluído para criar novas soluções em healthtech, facilitando a vida das pessoas de forma ainda mais segura e avaliada por um profissional que tem um olhar holístico. 

A gente sabe que vem muito pela frente, mas a hora de começar a se preparar é agora. Assim, “a gente acha que pode avançar mais como saúde pública, levando esse tema para a esfera pública, para trabalhar melhor a qualidade de vida, tratar, promover a saúde e não tratar a doença”, finaliza Lélio. 

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Imagem de perfil do redator

Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.

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