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Como a Siemens enxerga a Indústria 4.0

Pablo Fava, CEO da Siemens Brasil, fala sobre os desafios da Quarta Revolução Industrial e sua aplicação na realidade das empresas do país.

Como a Siemens enxerga a Indústria 4.0

Trabalhador em fábrica (foto: Getty)

, Palestrante e Mentor de Vendas B2B

8 min

2 ago 2021

Atualizado: 25 mai 2023

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Para você que acompanha a minha coluna quinzenal sobre a Indústria 4.0 aqui no site da StartSe, uma novidade.  Além dos conceitos, aplicações e estratégias que costumo compartilhar, trago a partir de hoje alguns depoimentos de grandes executivos do setor industrial sobre suas expectativas em relação a esta Quarta Revolução Industrial.

Começamos com Pablo Fava, CEO da Siemens Brasil, que responde a 5 perguntas deste colunista. Boa leitura!

Para você, quais são os principais desafios para uma empresa que deseja se adequar a Indústria 4.0 no Brasil?

O principal desafio está nas pessoas, tanto em conseguir os talentos que vão liderar essa transformação, quanto na mudança cultural das equipes existentes. Toda inovação requer de curiosidade e iniciativa, e ela deve ser entendida como geradora de novas oportunidades e elevadora do rol do ser humano.  

Isto vale principalmente para as lideranças, a I4.0 envolve uma mudança cultural que deve ser abraçada pelos líderes; e essa motivação deve vir de um ganho concreto para a empresa e os seus clientes, sempre deve ser considerado o propósito antes que a tecnologia.

O segundo maior desafio na minha opinião é a construção da visão, de onde a empresa se encontra e para onde ela quer ir. A implementação de tecnologias é a consequência da implementação dessa visão. Neste ponto é importante traçar um road-map onde as iniciativas de implementações menores consigam dar um retorno de investimento e manter o processo vivo, mas elas devem ser parte de um todo onde a soma dessas transformações aproximem à empresa da sua visão.

Pablo Fava, CEO da Siemens Brasil (foto: Arquivo Pessoal)

Existe algum setor no Brasil que está mais adiantado na Indústria 4.0?

Tanto as infraestruturas quanto as indústrias estão num processo de transformação na procura por eficiências, a pandemia tem sido um acelerador dessa transformação, onde empresas adaptadas e com um maior fit digital tem se mostrado muito mais resilientes durante o processo.

Hoje temos exemplos concretos em muitos segmentos industriais onde os resultados são evidentes, desde automotiva a mineração, química, alimentícia. E também na infraestrutura crítica, onde grandes avanços foram feitos e o desafio da segurança cibernética está em discussão para construção de sistemas mais resilientes.

Faltam políticas públicas para indústria 4.0?

O Brasil esta fazendo um enorme esforço, temos disponíveis várias alavancas deste processo, desde Câmara da Indústria 4.0, marco das startups, a Lei do Bem, fundos do BNDES com foco na I4.0, a consulta pública e definições da ANATEL sobre o 5G e muitas outras.

Acredito que ainda precisamos de uma politica educativa que abrace o futuro, o nosso desafio principal está em capacitar as pessoas para a grande demanda que virá.

Mulher trabalhando em fábrica (foto: ThisisEngineering RAEng/Unsplash)

Quais as competências que o novo profissional da indústria 4.0 precisa ter para se manter atualizado e continuar com o seu nível de empregabilidade elevado?

Com certeza a capacidade de aprender e se adaptar a novos métodos e novas tecnologias, além da capacidade de trabalho em equipe serão as competência essenciais num mundo em permanente mudança e crescimento tecnológico.

Nas competências técnicas, a capacidade de trabalhar com dados, analise e construção de soluções que impactem os processos e as sociedades de forma positiva são conhecimentos cada vez mais requeridos em praticamente todas as indústrias.

Como você acredita que a Siemens pode contribuir com esse novo cenário tecnológico da indústria 4.0 no país?

A Siemens se encontra numa posição singular na confluência entre o mundo real e o mundo virtual. Os nossos portfólios de automação e conectividade unidos aos de SW permitem construir os gêmeos digitais de produtos, processos produtivos e os seus ciclos de vida em ambientes homogéneos. Estes gêmeos digitais são a chave da transformação, o ambiente de projeto, simulação e IoT para fazer real a Indústria 4.0.     

No Brasil estamos engajados em contribuir para o sucesso do país, junto aos nossos clientes e parceiros, e também junto a entidades públicas e educativas.

O aporte da Siemens é atuar como agente de transformação, mediante transferência de conhecimentos, treinamentos, construção de competências e de ecossistemas locais que mediante inovação sejam catalisadores desta transformação.

O investimento em novas gerações de engenheiros é permanente, recentemente abrimos as nossas portas para 60 novos estagiários no programa PDT (Programa de Desenvolvimento de Talentos) que junto ao nosso programa FORMARE são pilares de inclusão de novos profissionais no mercado de trabalho.

A nossa participação no IPT Open Experience aproxima a Siemens dos pesquisadores brasileiros, incluso em projetos de inteligência artificial junto à FAPESP.

O nosso objetivo é transformar o Brasil em um país referente em eficiência e competitividade, e desta forma abrir oportunidades para o desenvolvimento das próximas gerações.

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Executivo e autor de 2 e-books sobre indústria 4.0: "Como a indústria 4.0 tem revolucionado o século XXI" e "Como desmistificar a indústria 4.0 e aplicá-la ao seu negócio".

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