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Como essa empresa está utilizando IA para dar 'insights' aos clientes?

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Clara avança com Pix, investe em IA e lança pagamento em lote

, conteúdo exclusivo

4 min

22 ago 2024

Atualizado: 26 ago 2024

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Há cerca de um ano, a Clara, especializada em gestão de despesas corporativas, recebeu autorização do Banco Central (BC) para atuar como instituição de pagamento (IP). Com a licença, a fintech vem ampliando o portfólio para seus clientes, que incluem empresas do calibre de Zamp (dona do Burger King) e banco BV.

Em novembro de 2023, a Clara colocou no ar sua conta digital e acaba de liberar as transações com Pix, revela Francisco Simon (foto), country manager no Brasil. Até então, eram permitidas operações com boleto, TED e cartão de crédito. Esse último, aliás, fez a “fama” da fintech nos últimos anos. Mesmo assim, o executivo enfatiza que a Clara não se limita a uma conta empresarial com cartão de crédito.

“Não somos uma conta PJ como as que existem por aí. A maioria dessas mira a ‘pejotinha’, ou seja, pequenas empresas. Nós estamos de olho nas grandes companhias e enterprises“, argumenta o executivo argentino, conhecido como “Pancho” – o equivalente ao “Chico” brasileiro. Pela proposta da Clara, os pagamentos estão integrados em uma plataforma de gestão e inteligência.

O Pix, que era uma demanda antiga dos clientes, estava em testes nos últimos meses e agora foi liberado para toda a base. A Clara opera como participante indireto no arranjo do sistema de pagamento instantâneo. Além disso, a fintech tem licença como emissor de cartão da bandeira Mastercard.

Insights com IA

Recentemente, a Clara também colocou no ar uma funcionalidade de pagamento em lote de boletos, que roda por meio de APIs (interface de programação de aplicações, na sigla em inglês). Em breve, esse recurso estará disponível para transações via Pix, diz o chefe da operação no Brasil. De certa forma, será uma “antecipação” do pagamento em lote com Pix, previsto na evolução do Open Finance para empresas.

Além disso, há cerca de um mês, a fintech passou a disponibilizar insights para seus clientes, com base em pagamentos já realizados por eles. Por trás disso está um assistente virtual que utiliza inteligência artificial (IA), desenvolvido pela empresa. A ferramenta permite identificar, por exemplo, serviços em duplicidade, mudança no valor de uma assinatura, entre outras movimentações incomuns ou atípicas.

Com operações no Brasil, México e na Colômbia, a Clara soma mais de 14,5 mil clientes nos três países – desses, 4 mil estão em solo brazuca. Por aqui, o volume total de pagamentos (TPV) foi de R$ 1 bilhão no ano passado e a expectativa é chegar a R$ 6 bilhões em 2024.

Maior mercado

De acordo com o executivo, o negócio local está próximo de alcançar o posto de maior mercado – hoje fica atrás apenas do México. A expectativa é que isso ocorra neste trimestre, diz Pancho. O plano inicial, porém, era o primeiro trimestre deste ano.

Questionado sobre os resultados, o executivo diz que a Clara já atingiu o breakeven e o negócio é sustentável e lucrativo. “Temos margens positivas em todos os produtos”, complementa Roberta Savattero, diretora global de marketing da fintech.

Desde o início, em 2020, a fintech recebeu mais de US$ 400 milhões entre rodadas de equity e estruturas de dívida, segundo dados no Crunchbase. A última captação anunciada foi em abril do ano passado, quando a companhia levantou uma extensão da Série B, no valor de US$ 60 milhões. 

Mundo PJ

As empresas estão cada vez mais na mira de bancos digitais e fintechs. A briga se dá, principalmente, pelas transações de negócios de pequeno e médio porte (PMEs), que costumam ser negligenciados pelos grandes bancos.

No ramo de despesas corporativas, a competição também é intensa, inclusive com gigantes do setor de benefícios querendo uma fatia do bolo. Há quase ano, por exemplo, a VR comprou o controle da VExpenses. Entre as fintechs, os players incluem Conta Simples, Portão 3 e a norte-americana Jeeves.

Por Finsiders

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