A gigante americana negocia com fabricantes locais para empacotar semicondutores no país, ampliando sua cadeia de produção indiana em meio ao recorde de exportações de iPhones.
Reprodução Apple
, redator(a) da StartSe
5 min
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17 dez 2025
•
Atualizado: 17 dez 2025
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A Apple iniciou negociações preliminares com empresas indianas de semicondutores para montar e empacotar componentes usados nos iPhones — um movimento que pode redefinir a estrutura global de produção da companhia.
Segundo fontes próximas às discussões, a empresa conversa com a CG Semi, braço do Grupo Murugappa, que está construindo uma instalação dedicada à montagem e teste de semicondutores em Sanand, Gujarat.
Se avançar, será a primeira vez que a Apple executa parte do empacotamento de chips fora de seus polos tradicionais na Coreia do Sul, Taiwan e China.
Os chips mais prováveis de serem produzidos na Índia, segundo as fontes, são os controladores de display, componentes essenciais para telas de iPhone.
O interesse da Apple coincide com um marco histórico: as exportações de iPhone da Índia atingiram US$ 2 bilhões em novembro, o maior volume mensal já registrado.
O valor representa 75% de todos os smartphones exportados pelo país no mês.
Entre abril e novembro, o total exportado chegou a US$ 14 bilhões, um salto que reforça a rápida ascensão da Índia como centro global de manufatura.
A mudança não é casual. A Apple quer produzir a maioria dos iPhones vendidos nos EUA em solo indiano até o final de 2026, reduzindo a exposição aos riscos tarifários que podem crescer sob o governo Trump.
Em 2025, a Índia já se tornou o primeiro país fora da China a fabricar os modelos mais recentes — a linha iPhone 17 — desde o primeiro dia de lançamento.
Hoje, os chips de driver de display usados pela Apple são fornecidos por companhias como Samsung, Novatek, Himax e LX Semicon — todas dependentes de centros fabris concentrados na Ásia Oriental.
Montar parte desses componentes na Índia ajuda a Apple a: reduzir dependência da China e de Taiwan; fortalecer a infraestrutura indiana como polo global de semicondutores; ter mais flexibilidade diante de cenários políticos e tarifários instáveis.
Mas entrar na cadeia de fornecimento da Apple é um processo rigoroso. Poucas empresas conseguem aprovação, mesmo após extensas negociações.
A instalação da CG Semi, apoiada pela iniciativa governamental India Semiconductor Mission, investe mais de ₹7.600 crore em duas fábricas que devem iniciar produção em 2026.
Se o acordo for concretizado, a Apple ampliará ainda mais sua presença no país, que hoje sustenta cerca de 350 mil empregos diretos e indiretos ligados às suas operações — com cinco fábricas de montagem gerenciadas por Tata Electronics e Foxconn.
A Apple não comentou oficialmente as negociações. A CG Semi também evitou declarações, afirmando que não comenta especulações de mercado.
A movimentação reforça uma tendência clara: a Índia deixou de ser apenas um polo de montagem e começa a disputar espaço em camadas mais estratégicas da cadeia global de tecnologia. E a Apple parece disposta a apostar alto nessa transformação.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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