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Como o apagão do Facebook impactou os negócios

O acontecido causou prejuízos financeiros para o conglomerado Facebook e para as marcas que dependem das redes sociais para fazer negócio.

Como o apagão do Facebook impactou os negócios

Facebook app em tablet (foto: Souvik Banerjee/Unsplash)

, jornalista

8 min

5 out 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Sabrina Bezerra.

Como você deve saber, em outubro, o Instagram, o Facebook e o WhatsApp ficaram fora do ar por pouco mais de 6 horas. O acontecido causou prejuízos financeiros para o conglomerado e para as marcas que dependem das redes sociais para fazer negócio — e não são poucas veja mais abaixo).

Agora, cerca de 2 meses depois, o Procon-SP multou a companhia em mais de R$ 11 milhões por causa da má prestação de serviço durante o apagão.

“Houve clara falha na prestação do serviço, prejudicando milhões de consumidores no Brasil e no mundo. Embora o serviço não seja cobrado, a empresa lucra com os usuários, logo, há relação de consumo”, disse em comunicado Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

O Facebook, por sua vez, não concorda. “Discordamos da decisão do Procon-SP de multar o Facebook Brasil. A Meta investe em tecnologia e pessoas para manter seus serviços gratuitos e funcionando, e para tornar os seus sistemas cada vez mais resilientes. Apresentaremos nossa defesa e confiamos que nossos esclarecimentos serão acolhidos pelo Procon-SP”, disse a empresa em nota enviada à StartSe.

IMPACTO NOS NEGÓCIOS

No Instagram, de 1 bilhão de contas, 200 milhões são empresariais. Já o Facebook tem mais de 1,6 bilhão de pessoas conectadas a uma empresa. E no WhatsApp 175 milhões de usuários trocam mensagens com uma conta empresarial e 40 milhões acessam um catálogo de marcas no aplicativo.

E qual foi o impacto? O apagão causou um efeito cascata: se as redes sociais não funcionam, logo as conversas por WhatsApp entre clientes e marcas não acontecem, as vendas pelo Instagram e Facebook também não.

É como se a vitrine de lojas físicas não estivesse visível para o público da região. Tem produto, tem serviço, tem atendimento, mas as pessoas não conhecem. Ou seja, as empresas que dependem unicamente desses canais para vender tiveram prejuízo.

LIÇÕES: EM QUAIS REDES SOCIAIS A SUA EMPRESA DEVE ESTAR?

Um dos aprendizados nesta história é a importância de diversificar os canais online. Como? Marcando território em outras redes sociais. As 5 mais usadas em 2021 — além das que pertencem ao conglomerado Facebook —, de acordo com relatório feito pela We Are Social e Hootsuite, são:

Apesar disso, “não dá para depender somente de algumas redes sociais ou somente de redes sociais”, diz em entrevista à StartSe Clara Franco, professora em cursos de MBA Top Ranked (FGV ONLINE) e founder da Business Concièrge Consultoria em Marketing. 

“Vale ter os próprios meios, como: aplicativo, e-mail e outros canais integrados. Desta forma, você oferece mais experiências de valor para os consumidores”, completa a especialista.

LIÇÕES: SEGURANÇA DIGITAL

O Facebook disse que não foi um ataque cibernético e não houve vazamento de dados. Mas deixou uma lição quando o assunto é erros de sistemas. “Em um mundo conectado 24x7, nenhuma empresa — nem mesmo as gigantes e a sua — está imune a esse tipo de falha”, afirma Clara.

As consequências… Se os usuários encontram dificuldade em interagir com a marca, “eles buscam alternativas e migram para o concorrente”, conta a especialista.

E o que fazer? “Estar sempre preparado para o incidente. Capacite a equipe, mapeie processos e invista corretamente na segurança da infraestrutura tecnológica. A certeza é que cada vez mais testemunharemos este tipo de ocorrência”, diz em entrevista à StartSe Paulo Perrotti, head de cybersecurity da LGPDSolution, professor de cibersegurança em várias instituições de ensino, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá de 2017 a 2021 e membro da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SP.

“Os ataques cibernéticos são uma ameaça invisível e de difícil diagnóstico. E cada vez mais estamos mais inseridos em um mundo digital. Logo, se precaver ainda é o melhor remédio”, completa Perrotti.

+ Saiba mais sobre cibersegurança

Facebook (Foto: Pexels)

IMPACTO NAS AÇÕES DO FACEBOOK

Ontem, em meio ao ocorrido, as ações da empresa — listadas na Nasdaq — caíram 4,9%. “A queda mais forte no dia de ontem ocorreu em razão do desconhecimento, por parte da empresa, quanto ao problema que havia ocasionado o apagão. Diante da incerteza de um ataque hacker, de vazamento de dados, de queda de servidores, investidores acabam preferindo desmontar suas posições e vender ações para se proteger. Entretanto, com o mercado entendendo os motivos passageiros para a queda das ações, a tendência é de valorização dos ativos. A menos que algo grave seja divulgado nesse contexto que afete os fundamentos da empresa”, diz Bernardo Pascowitch, CEO e fundador do Yubb, buscador de investimentos.

E o futuro? O Facebook está engajado em ingressar no mercado financeiro. Não à toa que, recentemente, lançou o WhatsApp Pay. E “embora instituições financeiras também possam sofrer apagões e quedas de seus serviços, caso se tornem frequentes como a de ontem, poderá haver uma desconfiança e insegurança por parte do mercado com relação ao crescimento e estabilidade dos serviços financeiros do grupo. Entretanto, neste momento, não há nada que indique qualquer impacto nos fundamentos da empresa”, conta Pascowitch.

SE CUIDA WHATSAPP! TEM FINTECH DE OLHO NO MERCADO DE MENSAGERIA 

O PicPay, aplicativo de pagamentos, lançou uma ferramenta que permite o envio de áudios, imagens e vídeos dentro do aplicativo da fintech.

Foi lançado em abril deste ano e, em agosto, já contava com mais de 13,4 milhões de transações entre pessoas no app. No dia do apagão do Facebook, Instagram e WhatsApp, registrou o aumento de mais de 6 vezes no número de mensagens no seu chat.

“O número de mensagens privadas no app saltou em 6,5 vezes ontem, em comparação com o mesmo dia de semanas anteriores. As mensagens lidas registraram avanço ainda maior, de 7,9 vezes. Já o volume de usuários que usaram as mensagens privadas foi 275% maior”, diz o PicPay.

Qual o objetivo de ingressar nesse mercado? “A maioria dos pagamentos tem uma conversa por trás, seja antes ou após a transação, para combinar o jantar ou avisar quanto ficou a divisão da conta para cada um. Por isso, estamos investindo em simplificar essa experiência e aproximá-la do que as pessoas já estão acostumadas”, disse em nota Luiz Fernando Diniz, diretor de social da companhia.

“A integração de features sociais em um aplicativo financeiro permite que as mensagens no chat sigam padrões de segurança ainda mais altos do que mensagerias convencionais, com barreiras sólidas, equivalentes às de uma instituição financeira”, disse a empresa. 

Seria um concorrente direto do WhatsApp? Talvez. Isso porque, recentemente, o app do Facebook, anunciou a entrada no mercado de pagamentos. Vamos acompanhar essa história.

Plataforma de troca de mensagens do PicPay (Imagem: Divulgação PicPay)

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Sabrina Bezerra é head de conteúdo na StartSe, especializada em carreira e empreendedorismo. Tem experiência há mais de cinco anos em Nova Economia. Passou por veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS.

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