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Ambidestria Organizacional: o paradoxo que pode salvar (ou destruir) sua empresa

Do Zé Delivery à AWS, cases mostram que inovar sem abandonar o core é o caminho para seguir no jogo.

Ambidestria Organizacional: o paradoxo que pode salvar (ou destruir) sua empresa

Foto: Pexels

, redator(a) da StartSe

6 min

22 set 2025

Atualizado: 22 set 2025

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Empresas entregam excelência no presente — mas muitas fracassam em criar o futuro. Esse paradoxo, conhecido como ambidestria organizacional, pode ser a linha tênue que separa companhias que seguem relevantes por décadas daquelas que ficam pelo caminho.


Por que isso importa?

  • Sobrevivência em jogo: apenas 30% das empresas familiares chegam à segunda geração e menos de 13% alcançam a terceira, segundo levantamento amplamente citado em estudos de sucessão empresarial nos EUA (Teamshares/SBA).
  • Gap entre discurso e prática: relatório do BCG (Innovation Systems Need a Reboot, junho de 2024) mostra que 83% das empresas classificam a inovação como prioridade, mas apenas 3% estão prontas para entregar resultados consistentes.
  • Investimento crescente: outro estudo da BCG (Companies Are Investing Heavily in Business Building, novembro de 2023) indica que empresas destinam em média 27% da receita anual para novos negócios de alto crescimento.
     

👉 Para saber mais:


O que trava a ambidestria

  • Pressão de curto prazo: metas financeiras e cobranças de acionistas puxam quase toda a energia para eficiência imediata.
  • Estruturas rígidas: equipes fixadas no “business as usual”, sem espaço para testar modelos novos.
  • Cultura avessa ao risco: falhas são punidas, não tratadas como aprendizado.
  • Inovação isolada: laboratórios ou áreas que não se conectam ao core e não escalam.

     

Exemplos de empresas que praticam ambidestria

No Brasil

  • Ambev / Zé Delivery: criado em 2016 dentro da ZX Ventures (hub de inovação da Ambev), o Zé Delivery é um caso clássico de ambidestria. Funciona como startup digital — app de entrega direta ao consumidor — mas usa infraestrutura de produção e distribuição da Ambev.
     
  • Magazine Luiza (Magalu): a empresa transformou lojas físicas em hubs logísticos para seu marketplace digital, criou o Luizalabs como polo de inovação e diversificou com aquisições em tecnologia. Equilibrar varejo físico robusto e ecossistema digital fez dela referência em omnichannel.
     

No mundo

  • Amazon: exemplo clássico com a AWS. O negócio nasceu como exploração interna, ganhou autonomia e virou pilar central do grupo, convivendo com o varejo — hoje, core e novo caminham juntos.
  • Microsoft: sob Satya Nadella, reverteu estagnação ao reforçar eficiência no core (Windows, Office) e escalar novas frentes (Azure, IA, GitHub). É apontada como case global de liderança ambidestra.
  • Zara: mantém excelência em logística e custos enquanto renova coleções em ciclos curtíssimos, testando novidades com base em dados e ajustando rápido. Equilíbrio raro entre disciplina operacional e experimentação contínua.

Ambidestria não exige que a inovação seja sempre futurista ou separada. Pelo contrário: ela dá mais resultados quando a exploração está conectada à operação, permitindo aprendizado mútuo e escala real.

Como aplicar na prática (executivos no comando)

  1. Zonas de inovação conectadas: como o Zé Delivery dentro da Ambev, explorando novos modelos sem perder acesso a ativos do core.
  2. KPIs duplos: equilibrar métricas de margem e eficiência com indicadores de aprendizado e adaptação.
  3. Rotação de líderes: gestores que transitam entre áreas tradicionais e de inovação absorvem ambos os mundos.
  4. Orçamento flexível: reservar parte da receita para experimentos — conscientes de que nem todos geram retorno imediato, mas alguns mudam o jogo.
  5. Revisão de cases internos: olhar para sucessos e fracassos próprios para identificar barreiras culturais ou estruturais à inovação.
     

O que está em jogo

Não se trata de escolher entre manter o hoje ou construir o amanhã. Empresas ambidestras vivem os dois.

O futuro pertence às organizações que tratam crescer e inovar como responsabilidades iguais — não como privilégios de um laboratório isolado.


👉 Se você é líder ou executivo e quer aprender a colocar ambidestria no DNA da sua empresa, conectando presente e futuro de forma prática, conheça o Executive Program StartSe.

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