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A nova manobra da IA chinesa: Alibaba e ByteDance fogem para treinar modelos fora do país

Para continuar acessando chips avançados da Nvidia, gigantes chinesas migram seus modelos de IA para data centers no Sudeste Asiático — e redesenham o tabuleiro geopolítico da tecnologia.

A nova manobra da IA chinesa: Alibaba e ByteDance fogem para treinar modelos fora do país

Sede da ByteDance na China (foto: Emmanuel Wong / Getty Images)

, redator(a) da StartSe

5 min

27 nov 2025

Atualizado: 27 nov 2025

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A corrida global da inteligência artificial acaba de ganhar um desvio estratégico. Segundo o Financial Times, Alibaba e ByteDance estão treinando seus modelos mais avançados de IA em data centers fora da China — principalmente em Singapura e Malásia.
O motivo? Acesso aos chips da Nvidia, agora proibidos em território chinês pelas restrições de exportação dos EUA e pelas novas regras de Pequim.

Desde abril de 2025, quando o governo Trump bloqueou a venda dos chips H20 para a China, o treinamento offshore se tornou acelerado. As empresas passaram a alugar poder computacional em regiões onde ainda é legal operar com GPUs de última geração.

Como disse um operador com base em Singapura: “Para desenvolver modelos avançados, você precisa dos melhores chips. Aqui, tudo está dentro da lei.”

Uma indústria presa entre dois bloqueios: Washington e Pequim

O movimento é resultado de uma pressão dupla.

EUA: seguem ampliando restrições para impedir que a China avance em IA de ponta.
China: exige que data centers financiados pelo Estado usem exclusivamente chips domésticos.

No final de novembro, reguladores chineses foram ainda mais longe: proibiram a ByteDance de implantar GPUs Nvidia em novos data centers dentro da China.

Mesmo assim, os grandes modelos chineses não param de crescer.
• O Qwen, da Alibaba, segue como um dos modelos corporativos mais fortes do país.
• O Doubao, da ByteDance, já atende 157 milhões de usuários ativos mensais — e se tornou um fenômeno entre desenvolvedores globais graças ao código aberto.

A exceção à fuga? DeepSeek.

A empresa estocou chips Nvidia antes das proibições e segue treinando dentro da China, enquanto trabalha com fabricantes locais como a Huawei para criar chips de próxima geração.

Por que o Sudeste Asiático virou a nova “zona neutra” da IA?

Singapura e Malásia se tornaram o refúgio perfeito para empresas que precisam treinar IA em larga escala:

• estabilidade regulatória
• conectividade ultrarrápida
• custos menores
• data centers de hiperescala em rápida expansão

A capacidade de Johor, na Malásia — região colada a Singapura — explodiu com dezenas de novos projetos aprovados. É a alternativa natural para empresas pressionadas por restrições geopolíticas e limitações de infraestrutura.

Mesmo com concessões, os chips de ponta seguem fora do alcance chinês

Em agosto de 2025, o governo Trump flexibilizou parte das regras e permitiu à Nvidia e à AMD retomarem as vendas do chip H20 para a China — desde que entreguem 15% da receita ao governo americano.

Mas o que realmente importa continua proibido:
• os chips Blackwell B200,
• e outras GPUs de máxima performance,
seguem barrados sob justificativas de segurança nacional.

O que tudo isso significa para o futuro da IA?

A manobra de Alibaba e ByteDance deixa claro:

A corrida pela IA não será vencida apenas por quem tem mais dados ou mais engenheiros — mas por quem consegue continuar acessando computação de ponta em meio a um ambiente geopolítico cada vez mais restritivo.

O treinamento offshore é só um sintoma de uma nova era: a IA está deixando de ser apenas tecnologia, e se tornando pura geopolítica. Quem conseguir navegar esse tabuleiro vai definir o futuro.

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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.

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