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A nova corrida espacial não é por foguetes: é por data centers de IA em órbita

Google, Amazon, xAI e China transformam a órbita terrestre em campo de batalha tecnológico enquanto disputam quem vai controlar a próxima infraestrutura crítica da inteligência artificial.

A nova corrida espacial não é por foguetes: é por data centers de IA em órbita

Nova era: datacenters no espaço

, redator(a) da StartSe

7 min

8 dez 2025

Atualizado: 8 dez 2025

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O que parecia delírio de keynote agora virou disputa séria. Google, Amazon, xAI de Elon Musk e empresas chinesas estão correndo para construir data centers de IA no espaço — uma alternativa radical para aliviar o estresse dos data centers terrestres e garantir vantagem na próxima fase do boom da inteligência artificial.

A órbita de baixa altitude, antes reservada à telecomunicação e observação da Terra, virou o novo solo fértil para conectar, processar e treinar modelos de IA longe das limitações físicas do planeta.

Google lança o Project Suncatcher — e inaugura a ambição ocidental na órbita

O Project Suncatcher, recém-revelado pelo Google, é o plano mais avançado do Ocidente para colocar uma infraestrutura de IA no espaço. A proposta: uma constelação compacta de satélites solares, equipados com TPUs endurecidas contra radiação, operando em órbita sincronizada ao Sol.

Por que isso importa?

Painéis solares no espaço podem gerar até 8 vezes mais energia do que na Terra.

O vácuo espacial funciona como resfriamento natural para chips vorazes em energia.

Satélites podem rodar cargas massivas de machine learning com eficiência que data centers terrestres jamais terão.

Dois protótipos — construídos com a startup Planet — devem ir ao espaço em 2027, testando hardware de IA e links ópticos de alta largura de banda.

A Amazon, por sua vez, já estrutura o Project Kuiper como backbone para sua nuvem orbital, prometendo no futuro levar processamento de borda diretamente para a AWS. Enquanto isso, Elon Musk vislumbra “fazendas orbitais” de computação integradas ao Starlink, capazes de executar e treinar modelos para sua startup xAI usando energia solar praticamente infinita.

Enquanto isso, a China já está operando suas primeiras constelações de IA espacial

Se os EUA estão correndo, a China já correu.

Em maio, o país lançou 12 satélites da Constelação de Computação Três Corpos, considerada:

a primeira rede de computação orbital do mundo.

Cada satélite carrega:

um modelo de IA de 8 bilhões de parâmetros

processadores projetados para computação de borda em órbita

O cluster inicial entrega cinco peta operações por segundo — e o roadmap prevê 2.800 satélites, formando um supercomputador espacial distribuído.

Em dezembro, o Zhejiang Lab afirmou que sua constelação expandida já opera análise em tempo real de dados de sensoriamento remoto, capturando até explosões de raios gama no momento em que acontecem. A meta: 100 quintilhões de operações por segundo quando superar 1.000 satélites.

Outros projetos chineses evoluem na mesma direção:

a série Aurora, com mais de 1.000 dias de operação contínua,

o novo Aurora 5000, com GPU doméstica, previsto para testes em 2026,

e planos de Pequim para um mega data center orbital até 2035 — capaz de superar a infraestrutura terrestre atual do país.

Por que computar no espaço? E por que isso assusta?

Os defensores da ideia apostam em benefícios estratégicos:

Aliviar redes elétricas terrestres, movendo a computação pesada para o espaço.

Reduzir latência em aplicações críticas, como desastres naturais.

Expandir conectividade em regiões remotas ao processar dados perto de onde são gerados.

Criar uma infraestrutura quase 100% solar, com impacto ambiental reduzido.

Mas os riscos são proporcionais à ambição.

A constelação Suncatcher, com seus 81 satélites, operaria em uma das órbitas mais congestionadas do planeta — aumentando riscos de colisões e detritos, um problema já crítico. Analistas veem também o surgimento de uma nova disputa geopolítica: quem dominará os padrões da internet espacial de próxima geração?

A comparação não é exagero. Especialistas já tratam essa corrida como a nova versão da disputa por sistemas de navegação global, como GPS e BeiDou — só que agora, com IA no centro.

Do sci-fi à infraestrutura crítica — muito mais rápido do que pensamos

O que está acontecendo acima de nossas cabeças tem impacto direto no que usamos aqui embaixo:
conectividade rural, monitoramento climático, defesa militar, análise de dados e até o treinamento dos modelos que usamos todos os dias.

Os EUA e a China já entenderam: a próxima fronteira da IA não é a nuvem — é a órbita.

E quem dominar essa camada invisível a centenas de quilômetros da Terra pode determinar o ritmo da inovação global na próxima década.

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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.

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