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A ilusão da eficiência

A obsessão por produtividade soa bonito aos ouvidos de lideranças e executivos, mas é exatamente ela que está sabotando a inovação.

A ilusão da eficiência

Foto: Unsplash

, redator(a) da StartSe

6 min

18 jun 2025

Atualizado: 18 jun 2025

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É quase um consenso nos corredores corporativos: ser eficiente é quase sinônimo de ser bom. Cortar etapas, responder mais rápido, entregar mais com menos. Parece virtuoso. E muitas vezes é. 

Mas quando a eficiência vira religião, ela começa a sacrificar exatamente aquilo que deveria proteger: o futuro.

Em nome da produtividade, começamos a eliminar tudo que parecia “lento”: reuniões informais, conversas cruzadas entre áreas, espaços de pausa, brainstorms sem pauta definida. 

Enxugamos equipes, simplificamos fluxos, apertamos OKRs. Até aqui, fomos bons demais em organizar o presente. 

Só esquecemos de que inovação nasce da desordem, não da eficiência.

A verdade é incômoda, mas precisa ser dita: empresas não morrem por serem lentas. Elas morrem porque param de imaginar. Param de ousar. De brincar com ideias aparentemente estúpidas. Elas colapsam quando confundem repetição com consistência, e começam a rodar em círculos, cada vez mais rápido, sem sair do lugar.

A zona de eficiência tóxica

Existe um ponto em que a busca por eficiência deixa de ser força e se torna vício. Esse ponto é sutil: é quando tudo parece estar funcionando... mas nada novo acontece.

Antes de seguir a leitura, responda a si mesmo se não é exatamente este momento que sua organização está enfrentando?

Nesse momento, as pessoas não compartilham mais ideias, compartilham entregas. Os líderes não provocam perguntas, cobram status. O time não experimenta. Ele executa. 

E os clientes? Eles continuam ali. Por um tempo. Até alguém com mais imaginação e um tanto de loucura ou encantamento surgir no mercado.

Sem entrar em clichês, mas pense em empresas como a Kodak, a Nokia, a Blockbuster. Todas foram eficientes até o último suspiro. Mas nenhuma delas estava preparada para o futuro. Elas estavam ocupadas demais sendo produtivas no passado.

O paradoxo do tempo ocioso

Cristiano Kruel é o CIO da StartSe. Ele contribui com o tema: “Se há algo que aprendi convivendo com líderes de empresas que de fato criam o futuro, de startups unicórnio a multinacionais em reinvenção, daqui, da China ou do Vale do Silício, é que os melhores não usam todo o seu tempo “produtivamente”. Eles protegem o espaço improdutivo.”

“Porque é nesse espaço que nasce a criatividade. É no tempo livre que surge a dúvida boa. É na caminhada sem celular, na conversa sem objetivo, no silêncio depois do erro, que o novo começa a se formar”, explica Kruel.

Por isso chegamos no maior ponto de inflexão dos últimos tempos: líderes do futuro não são os que fazem mais. São os que pensam melhor. 

E para pensar melhor, é preciso parar. É preciso ter coragem de criar tempo morto no meio de um sistema que idolatra a pressa viva.

A partir disso, reflita: você lidera uma máquina ou um movimento?

Aqui está outro ponto importante: um líder que só entrega hoje, sem plantar o amanhã, é um executor. E o mercado não perdoa executores travestidos de visionários.

“Na StartSe, a gente conversa diariamente com executivos de alto nível, e uma coisa fica clara: o que diferencia quem sobrevive da média não é o quanto produz, mas o quanto imagina. A visão virou o verdadeiro insumo escasso das empresas. E ela não é delegável”, contribui Piero Franceschi, sócio da StartSe que lidera consultorias pelas principais empresas do Brasil levando exatamente este tipo de provocação

As perguntas que ficam é: 

Você está mesmo liderando? Ou só operando com eficiência um modelo que já não serve mais? 

E talvez a maior provocação deste texto: se tirarem o operacional da sua mão hoje, o que sobra?

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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.

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