5 Minutos com: Giancarlo Greco, CEO da Elo
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4 min
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7 jun 2024
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Atualizado: 7 jun 2024
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Desde que assumiu o comando da Elo em 2021, o executivo Giancarlo Greco se deparou com desafios como a dependência dos bancos tradicionais - afinal, a empresa tem Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil como acionistas -, além da modernização do sistema bancário, a concorrência com o Pix e o surgimento de novas infraestruturas, como o blockchain.
Com a tecnologia no centro das transformações no mercado de pagamentos, o CEO da Elo tem buscado ir além dos cartões para transformar a companhia em um hub de pagamentos e focar no "Bandeira as a Service".
Graduado em Economia pelo Mackenzie e com MBA pela Duke University, Giancarlo já atuou como VP de Marketing e Vendas na American Express no Brasil e ocupava o cargo de Senior Business Partner na Accenture antes de se tornar CEO da Elo. Também foi professor do MBA do Insper, lecionando cursos relacionados a produtos e serviços financeiros.
Em entrevista ao Startups, Giancarlo Greco compartilha as lições que aprendeu em 20 anos de experiência no setor financeiro e de pagamentos, além de falar sobre o papel da tecnologia e da inovação neste novo momento da Elo, que está passando por um rebranding.
Segundo o executivo, a companhia tem planos de se tornar, nos próximos meses, a primeira bandeira de cartões do mundo 100% na nuvem. Além disso, a Elo está desenvolvendo um framework de white label para o ecossistema de pagamentos, e vai anunciar novas parcerias até o final de 2024.
O que você aprendeu em mais de 20 anos de carreira que você gostaria de ensinar a quem está começando a empreender agora?
Se o que você, como empreendedor(a), está oferecendo gera real valor (uma solução que realmente "ataca" um problema) para o seu cliente, mantenha a disciplina de entrega e persista, pois você vai chegar lá. Persistência e disciplina são valores de vida, não apenas de carreira. Essa é uma lição valiosa, que nos coloca em um nível mais profundo de entrega, compromisso e resiliência.
A Elo está passando por um rebranding e investindo pesado em tecnologia, passando 100% da sua infraestrutura de transações para a nuvem. Qual a importância dessa mudança para a empresa e o que isso significa para os clientes?
A mudança pode ser expressa pelo mantra interno de cultura de Inovação da Elo: nos tornarmos uma empresa mais Ágil, Tecnológica e Flexível. E isso demanda uma grande revitalização tecnológica do nosso core transacional, ou seja, uma mudança profunda em nossa plataforma online de negócios.
Somos uma poderosa operação – um hub de pagamentos - que conecta compradores e vendedores, em todas as dimensões do ecossistema.
A Elo atua desde o início das transações (compra e vendas por crédito e débito e pré-pagos) até as etapas de autorização, validação, remuneração das partes envolvidas, em um ecossistema complexo que abrange: pessoas, empresas, bancos, entidades financeiras, adquirentes (maquinhas de cartão), estabelecimentos comerciais, empreendedores e praticamente todas as entidades do mercado que aceitam o cartão da Elo – hoje presente em todos os territórios do Brasil.
Esse processo completo de revitalização está previsto para entrar 100% em funcionamento em meados de 2025. A plataforma possibilitará que a Elo tenha ainda mais velocidade e flexibilidade para desenvolver soluções específicas para o mercado brasileiro.
Qual o papel da tecnologia nesse novo momento da Elo? Há outras novidades saindo do forno?
A tecnologia já foi incorporada à essência da Elo. Vale reforçar que continuamos a ser uma grande empresa de cartões e pagamentos – a maior do Brasil com origem nacional – mas, cada vez mais iremos oferecer, criar e gerir camadas tecnológicas dentro do ecossistema financeiro do país, promovendo inovação com simplicidade, em diálogo com os brasileiros de todas as classes sociais e segmentos da economia, em um grande movimento de inclusão tecnológica e financeira.
A segunda novidade: toda a nossa operação está migrando para o Cloud Computing – com planos de nos tornamos, nos próximos meses, a primeira bandeira de cartões do mundo 100% na nuvem. Ou seja, teremos um novo tipo de atuação extremamente estratégica, em um nível superior de governança de dados, segurança da informação e poder de gestão.
Pensando nos clientes, tudo isso vai impactar em eficiência de custos, agilidade, experiência de usuário ultra qualificada e soluções mais customizadas. Do ponto de vista B2B, vai abrir inúmeras oportunidades de interoperabilidade e interconexão (diferentes atores e empresas financeiras no mesmo arranjo de pagamentos). Sem falar no salto de arquitetura para o mercado e a melhoria geral nas boas práticas do setor, com especial atenção à segurança e à resiliência da operação.
A empresa também está focando no serviço de "Bandeira as a Service". Como isso vai funcionar?
A Elo está imersa no conceito de “Bandeira as a Service”. Ainda não se trata de um nome institucional, mas é como chamamos esta iniciativa internamente.
Em linhas gerais, vamos oferecer às empresas infraestrutura de processamento de dados para transações financeiras de forma abrangente, segura, ágil e adaptada à realidade de cada parceiro.
Por exemplo, podemos levar tecnologia para companhias nacionais – que já conhecem as particularidades do mercado brasileiro – ou para players internacionais que precisam operar e expandir sua aceitação aqui.
A Elo está desenvolvendo um framework de white label para o ecossistema de pagamentos, e vai anunciar novas parcerias até o final de 2024.
O “Bandeira as a Service” também está na essência de outra grande vertical de negócios da Elo, a do arranjo aberto – o grande mercado que se abriu para companhias que atuam com benefícios (cartões, apps etc.) de alimentação e refeição – que foi expandido pelas regras do PAT.
A Elo é pioneira neste mercado e hoje já trabalha a versão de arranjo de pagamentos mais robusta do país para melhorar a experiência de consumo de pessoas e a transparência para estabelecimentos comerciais.
Tecnologias como o blockchain e o Drex, somadas ao Pix, prometem revolucionar o mercado de pagamentos. Como a Elo está se preparando para esse momento? A empresa tem feito parcerias com startups para desenvolver soluções pensadas para essa revolução?
Eu diria que há muito mais oportunidades do que ameaças. Os dados mostram que o Pix vem tomando uma fatia do mercado. Mas, por outro lado, houve uma inclusão financeira muito grande e o bolo aumentou. Por isso, quem está perdendo participação de verdade é o papel moeda.
O futuro da Elo está em se tornar um hub de soluções transacionais. Queremos estar presentes onde há qualquer tipo de relação entre vendedores e compradores.
A decisão sobre qual melhor modalidade a ser usada ficará nas mãos do consumidor. Para nós, o mais importante é sermos ágeis e estarmos prontos para nos adequar às novas tecnologias que surgirão, sempre garantindo segurança, conveniência e rapidez.
Neste ponto, temos a vantagem de ter construído uma plataforma local que pode ser flexibilizada rapidamente para atender as demandas do mercado.
Importante citar o nosso papel no consórcio Caixa, Elo e Microsoft, que é um dos destaques da agenda do Banco Central. A iniciativa, que está na trilha das tecnologias usadas na concepção Drex, também está direcionada para resolver desafios de tokenização de ativos financeiros, dentro de nossas teses de inovação.
Acreditamos e estamos trabalhando duro pelo grande potencial da economia tokenizada como uma das mais transformadores da sociedade neste século XXI.
Um livro: A Jornada do Herói, Joseph Campbell
Uma música: Brother in Arms, de Dire Straits
Uma mania: Abrir janelas (não consigo ver uma janela fechada, nem no inverno)
Sua melhor qualidade: Paciência
Uma frase inspiradora: "Um dia quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste", Sigmund Freud
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