Startups de patinetes elétricos são realmente um negócio sustentável?
Por Isabela Borrelli
26 de outubro de 2018 às 17:12 - Atualizado há 4 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
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Há dois meses, com o lançamento das startups SCOO e Ride, São Paulo começou a ter cada vez mais patinetes elétricos andando por suas ruas e ciclovias. A febre que dominou os Estados Unidos e já se expande para territórios internacionais, como alguns países na Europa e agora Brasil, se apresenta como uma alternativa interessante à bicicleta.
Apesar do veículo ser novidade por aqui, o hype dele nos Estados Unidos começou a passar e, junto com isso, ficou a dúvida: até que ponto o aluguel de patinetes elétricos realmente é um bom negócio?
O Crunchbase analisou os custos, a receita e as margens da Bird, uma das startups mais proeminentes da área, para entender o quão sustentável é o aluguel de patinetes elétricos.
Declaração de renda da Bird
O relatório no qual o Crunchbase se baseou foi o publicado pelo The Inform, um estudo que abrange as métricas de desempenho da empresa: receita (dinheiro total trazido dos passageiros), margem bruta (o percentual da receita que a Bird sobrou para pagar seus custos operacionais, como espaço de escritório e equipe) e seus custos de receita (o dinheiro necessário para fornecer seu serviço básico aos clientes).
Os dados da Bird, um unicórnio que hoje é avaliado em quase US$ 2 bilhões, ajudam a entender suas chances de sobrevivência no longo prazo, assim como de suas concorrentes ao redor do mundo, uma vez que várias têm modelos de negócios semelhantes.
Receita
A Bird gerou uma média de US$ 3,65 por viagem, sendo que seus patinetes tiveram cerca de seis passeios por dia em janeiro deste ano, número que caiu para cinco em maio. O número de viagens por dia é importante para esse modelo de negócio, uma vez que aumentando a utilização diária, a receita também sobe e seu modelo se sustenta à longo prazo. No entanto, aqui vemos a tendência oposta.
Essas viagens aumentaram a receita da Bird de US$ 65 milhões em maio de 2018 para “centenas de milhões de dólares anuais” até outubro. Dessa forma, a empresa já encontrou uma forma de crescer; mas em relação à sua lucratividade o assunto é diferente.
Margens Brutas
Como o gráfico acima indica, a Bird possui um conjunto diversificado de custos de receita.
A margem bruta da Bird é de 19%. Isso é o que resta da receita após o gráfico (47% da receita), reparos dos patinetes (14%), processamento de cartão de crédito (11%), custos regulatórios (5%) e suporte ao cliente e seguro (3%). 19% é bom? Segundo o Crunchbase, não. A explicação é que toda empresa tem que pagar seus custos operacionais a partir de seu lucro bruto, que é a receita menos o custo da receita.
Então, se você tem apenas 19% de margem bruta, significa que a maior parte do seu dinheiro foi gasto apenas para gerar sua receita. Na antiga taxa de US$ 65 milhões da Bird, por exemplo, a empresa teria apenas US$ 12,4 milhões subtraídos dos custos de receita para pagar escritórios e funcionários com 19% de margem bruta.
Os números acima nos dizem que a melhoria das margens (com um aumento da porcentagem da margem bruta) nas empresas de patinetes elétricos será primordial. Na margem bruta atual da Bird, a empresa e seu corte terão dificuldades para gerar lucros operacionais.
O The Information notou que a “Bird projetou uma economia muito melhor no ‘curto prazo’, permitindo que ela gerasse uma margem de lucro bruto de 33%”. A aposta é que essa seja a chave. Cada percentual da margem bruta que a Bird puder atrair no momento, mantendo a receita estável, aumenta seu lucro bruto em cerca de 5%, um valor considerável.
Além disso, o Crunchbase defende que muito provavelmente Bird e a Lime, uma de suas principais concorrentes, devem estar consumindo montanhas de dinheiro para investimento e nenhuma parece estar perto de gerar dinheiro suficiente para financiar alguns custos da empresa, como salário de funcionários. Tudo o que foi discutido acima é uma fotografia desse momento, mas provavelmente mais métricas serão divulgadas, fazendo com que seja possível criar um cenário mais concreto do setor.

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