“Queremos revolucionar o consumo de frutos do mar”, diz criador da Finless Food

Por Isabella Carvalho
29 de setembro de 2018 às 12:21 - Atualizado há 4 anos

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Já imaginou comer uma carne de peixe feita em laboratório? Isso não é mais coisa do futuro. Cerca de dois anos atrás, nasceu a Finless Foods, startup criada com objetivo de ajudar o meio ambiente, que já sofre com a escassez de recursos naturais, com a produção do alimento por meio de processos bioquímicos. “Todo animal tem três tipos de células básicas: musculares, adiposas e estruturais. Na Finless estamos isolando essas células de interesse para criar peixes”, explicou Michael Selden, CEO da startup, durante a Silicon Valley Conference 2018, evento exclusivo da StartSe que traz o Vale do Silício para São Paulo.
Com uma maquinário novo e totalmente inovador, a startup consegue desenvolver o material pela bioquímica, sem o uso do animal. “Alimentamos essas células com sais, açúcares e proteínas. Com isso, conseguimos criar uma pasta de peixe”, contou Selden. O objetivo é desenvolver produtos que as pessoas já estejam acostumadas usando essa matéria prima, como o sushi, por exemplo.
Segundo o empreendedor, trabalhar com células é mais simples do que com animais. “Como trabalhamos apenas com a criação da carne, podemos entender e manipular muito mais facilmente. Podemos criar o peixe perfeito, sem o desperdício de comida – que seriam as partes que normalmente não são usadas”, explicou.
Segundo o executivo, o que inspirou a ideia foi um artigo lido em 2014, chamado The Blood Harvest. “Ele falava sobre uma espécie de caranguejo que era usada para testar a qualidade e segurança de produtos em lotes. Na presença de uma bactéria, o sangue dele se transforma em geleia”, contou. Para evitar a extinção da espécie, pesquisadores criaram uma substância sintética.
Sustentabilidade
Segundo o executivo, a startup pretende quadruplicar a produção de peixes que acontece hoje, mas com uma grande diferença: sem agredir o meio ambiente. “O que está acontecendo no oceano, onde os melhores peixes são caçados, não pode continuar. Além disso, com as mudanças climáticas e poluição eles não são mais saudáveis como antes. Acabam tendo muito mercúrio e outras substâncias em sua composição”.
A cadeia de transporte dos peixes também é complexa, o que diminui a qualidade do produto. “Eles sofrem muitas quedas durante o transporte, que é demorado. Por isso, queremos fazer com que essa proteína seja fresca e saudável”, disse o empreendedor. Para isso, a produção pode ser feita em laboratórios locais, sem grandes custos com transporte.
No ano passado, a startup já reuniu 25 pessoas para uma cozinha de testes – e teve sucesso com a experiência. Em junho deste ano, a startup, acelerada pela IndieBio, recebeu um investimento de US$ 3,5 milhões em uma rodada liderada pela Draper Associates.
“Para o futuro, queremos criar tipos de peixes que nem existem ainda, com novas estruturas interessantes e divertidas. Ao mesmo tempo, queremos salvar os animais, fazendo algo melhor, mais claro e alinhado aos nossos valores. Queremos revolucionar o consumo de frutos do mar”, contou Selden.
Foto: Eduardo Viana

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