O que é biotecnologia agrícola? Tendências e players dessa vertente agrotech
Por Lucas Bicudo
13 de setembro de 2017 às 11:57 - Atualizado há 3 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
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Biotecnologia agrícola são todas as tecnologias utilizadas na fazenda envolvendo processos biológicos ou químicos. É uma categoria ampla que envolve tipos diferentes de tecnologia e ciência, incluindo genética, pesquisa de microbiomas, química sintética e saúde animal.
O agronegócio tem investido em biotecnologia há muitas décadas para aumentar e proteger os rendimentos das culturas com fertilizantes sintéticos, pesticidas e sementes geneticamente modificadas.
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Os “Big 6” – Monsanto, BASF, Bayer CropScience, DuPont Pioneer, Dow Chemicals e Syngenta – criaram empresas bilionárias que dominam o mercado de biotecnologia. Mas as startups agora estão ganhando espaço adotando, abraçando e desenvolvendo novas capacidades em criação de plantas, edição de genes, pesquisas de biológicos e microbiomas.
O status quo também está mudando, com a fusão da Dow e DuPont, ChemChina e Syngenta e Bayer e Monsanto. O novo cenário cria uma oportunidade interessante para as startups emergirem. Falaremos aqui das grandes tendências tecnológicas dessa vertente e alguns dos players que estão fazendo um trabalho consistente.
Descoberta genética
Existem várias startups que trabalham para melhorar a eficiência da produção agrícola através de engenharia genética e ferramentas de descoberta. Elas estão identificando traços de cultivo que são benéficos e outros que são inibidores de crescimento.
Benson Hill Biosystems (BHB) é um exemplo de uma plataforma de descoberta genética, que oferece bioinformática e machine learning para encontrar os produtos certos. TwoPore Guys criou uma plataforma de diagnóstico que examina DNA e RNA e analitos – proteínas, vírus, anticorpos – em animais. A TL Biolabs, por sua vez, oferece testes genômicos de US$ 15 para gado bovino e leiteiro e o software necessário para analisar os resultados.
Edição genética
Trabalhando também na descoberta, mas levando as coisas a um patamar diferente, estão as startups que identificam traços benéficos ou negativos de um cultivo e usam a edição genética para atingir melhores resultados. Caribou Biosciences está fazendo isso e já firmou uma parceria com a DuPont Pioneer. Na saúde animal, Recombinetics e AgGenetics estão usando a edição de genes para criar gado com características desejáveis, como a capacidade de suportar climas quentes.
Modificação genética
Este é o próximo passo, em que ferramentas de descoberta e edição genética similares são usadas, mas genes externos são inseridos para produzir características desejáveis para o crescimento. ZeaKal é um exemplo de uma startup usando modificação genética em sementes de soja para produzir maiores quantidades de óleo. A AquaBounty levantou US$ 25 milhões este ano pelo seu salmão geneticamente modificado.
A Roslin Technologies usa sequenciação genômica, edição de genes, transgênicos, fenotipagem e bioinformática em suas soluções. Seu primeiro produto é uma proteína criada a partir ovos de galinha transgênicos, que podem ajudar a regenerar fígados. Possui aplicações terapêuticas na indústria da carne de porco – para evitar perdas de produção em porcos desmamados precocemente, aumentando o seu sistema imunológico – e também para animais e seres humanos que utilizaram o paracetamol em excesso, afetando negativamente sua função hepática.
Química sintética
Desde a década de 60, os avanços na química permitiram a produção e adoção de fertilizantes e pesticidas em todo o mundo, não apenas nos mercados desenvolvidos. Seu uso ainda é generalizado hoje e, quando permitido, eles são frequentemente usados em conjunto com sementes modificadas geneticamente, que foram projetadas para resistir a altas quantidades de herbicidas sem danificar a cultura. Não há muitas startups neste campo, uma vez que a tolerância e a aceitação de produtos de aglutinantes sintéticos é menor por parte dos consumidores e da indústria.
Crop Enhancement é um exemplo de startup que trabalha com o conceito de “química sustentável” para combater as pragas das culturas e aumentar o rendimento delas nos trópicos, mas com foco na minimização do uso de pulverizadores de pesticidas e o impacto de seus produtos no meio ambiente.
Pesquisa de microbiomas
As preocupações com o uso excessivo de produtos sintéticos na agricultura levaram a um aumento no número de empresas que pesquisaram alternativas biológicas naturais, em particular soluções microbianas ou bacterianas. Uma das primeiras startups a desenvolver insumos de culturas biológicas foi AgraQuest, que foi adquirida pela Bayer em 2012 e constituiu a base da plataforma de biológicos do agronegócio alemão hoje.
Nos últimos anos, a pesquisa do microbioma da planta – o ambiente de bactérias e criaturas na região da raiz – cresceu à medida que os cientistas procuraram entender como esses organismos contribuem para o crescimento da cultura e para a saúde do solo. Agora, as startups estão tentando identificar e isolar os organismos que são mais benéficos em diferentes ambientes e criar produtos com base neles. A Indigo é uma das mais avançadas neste espaço e em 2016 lançou seu primeiro produto: um revestimento de sementes microbianas para algodão para promover o crescimento das condições de seca. Outros exemplos são Inocucor, Aphea.Bio e NewLeaf Symbiotics.
A Bactana Corp desenvolve micróbios que melhoram a saúde animal e aumentam a eficiência do gado bovino e leiteiro, com ganho de peso ou susceptibilidade reduzida a doenças. A startup utiliza novas técnicas de ciência molecular e sequenciamento de DNA para identificar e desenvolver produtos.
Saúde animal
Esta subseção da biotecnologia agrícola abrange uma variedade de tecnologias e processos diferentes, em grande parte focada em melhorar a eficiência dos alimentos para animais. Agrivida é uma startup que usa a planta de milho como uma fábrica para produzir enzimas que irão promover a eficiência em aves, suínos, lácteos e bovinos de corte.
A Calysta produz alimentos energéticos, através da biotransformação e fermentação gasosa de matérias-primas sustentáveis e de baixo custo, como o solo e o metano. Arvegenix desenvolve, melhora geneticamente e comercializa oleaginosas, que são usadas para produzir petróleo para combustíveis industriais e renováveis, bem como para alimentação nutritiva.
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