Cataki usa tecnologia para conectar catadores com aqueles que desejam reciclar

Por Isabella Carvalho
19 de setembro de 2019 às 16:20 - Atualizado há 3 anos

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O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, com 11,3 milhões de toneladas ao ano, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país também é um dos que menos recicla este tipo de resíduo: apenas 1,2% do material é reaproveitado, ou seja, cerca de 145 mil toneladas. É o que aponta um estudo feito pelo WWF (World Wide Fund for Nature). Com o objetivo de mudar essa realidade, nasceu o Cataki, aplicativo que conecta geradores e catadores de resíduos.
A solução foi criada pelo grafiteiro e ativista Mundano, que também fundou, em 2007, a ONG Pimp My Carroça, que reúne artistas para pintar e reformar os carrinhos dos catadores. “Depois de um tempo ele começou a receber muita demanda por contato desses trabalhadores. Foi então que percebeu que um app poderia fazer essa conexão automaticamente”, conta Henrique Ruiz, coordenador do projeto, em entrevista à StartSe.
Catadores em mais de 500 cidades podem se cadastrar gratuitamente, informando em qual região trabalha, se têm carroça ou carro e que tipo de material coleta. Já o gerador de resíduos também preenche algumas informações e acessa, via georreferenciamento, os catadores disponíveis em pontos próximos a ele. Depois, entra em contato diretamente por ligação ou whatsapp e agenda a coleta.
O Cataki não fica com nenhuma porcentagem do dinheiro gerado pelas coletas. Dessa forma, pode ajudar o meio ambiente enquanto aumenta a renda dos catadores. A solução é financiada pela OAK Foundation e pelo Instituto PDR e possui diversas empresas como parceiras.
Criado há dois anos, o aplicativo já reúne diversos prêmios. Entre os mais recentes estão o Chivas Venture 2019, que premia ideias que impactam positivamente as vidas das pessoas, e o prêmio de inovação do observatório Netexplo, em Paris.
App reformulado
Com mais de 3,5 mil catadores cadastrados e cerca de 80 mil usuários, o aplicativo ganhará, no início de dezembro, um upgrade. “Estamos desenvolvendo uma versão mais moderna, com programas de benefícios, rastreabilidade de materiais e outros recursos”, conta Henrique. Segundo ele, a solução tem sido demandada por grandes indústrias interessadas em fazer logística reversa — com retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo.
“Essas empresas precisam falar com os catadores. Assim, temos que ter uma plataforma mais abrangente, que dê a rastreabilidade daquilo que é reciclado. Além disso, queremos aumentar o número de catadores e usuários no aplicativo”, explica Henrique. A nova plataforma também reunirá uma base de informações para que a conexão entre os usuários seja aprimorada.
“Se nos propomos a fazer uma grande mobilização e trazer benefícios, precisamos gerar mais dados. Por isso, estamos estruturando nossa parte de TI. O Cataki já está no Brasil inteiro, mas queremos escalar ainda mais a solução, ajudando os catadores a terem melhores condições de trabalho”, ressalta.
Foto: Bruno Rezende/Catador: Fabiano Soares

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