Inovação que imita a natureza: conheça a biomimética e suas aplicações

Por João Ortega
14 de fevereiro de 2020 às 18:37 - Atualizado há 1 ano

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Durante 4,5 bilhões de anos, os organismos vivos evoluíram naturalmente até formarem ecossistemas complexos, sustentáveis e resilientes. Hoje, os segmentos mais avançados em relação a tecnologia e inovação da humanidade alinham-se ao conceito de Nova Economia, na qual todos os setores da sociedade serão integrados de forma inteligente e sustentável.
A Nova Economia é, por si só, um exemplo prático de biomimética. Segundo Giane Brocco, CEO da Amazu Biomimicry, a biomimética é a “inovação inspirada pela natureza”. A especialista no tema afirmou, durante a Construtech Conference 2020, que o conceito constituí em “olhar para eventos naturais e aprender com eles para inovar em processos, produtos, sistemas e formas de gestão e liderança”.
“Falamos muito sobre a Nova Economia: compartilhada, circular, regenerativa, sustentável. Esse conceito traz em si, na essência, o funcionamento de um organismo natural. A natureza se comporta dessa forma”, explica a empreendedora.
A Amazu utiliza esta ideia para auxiliar empresas a se transformarem de uma forma holística, para que todos os processos e sistemas sejam integrados, sustentáveis, resilientes e evoluam naturalmente. “As empresas podem se comportar como uma floresta”, compara Giane Brocco. “Pensamos de forma sistêmica e biomimética no impacto que a companhia causa para o planeta e para o ecossistema com que ela se relaciona – clientes, fornecedores, stakeholders. Isto gera resultado positivo financeiro, social e ambiental”.
No entanto, a biomimética não está restrita à transformação de empresas como um todo. Existem, no mercado global, diversos casos de produtos inspirados em algum organismo específico da natureza. Veja alguns exemplos a seguir:
Cases
Micélios – o tecido que forma as raízes de cogumelos hoje é bastante utilizado para compor móveis, embalagens e outros objetos. No entanto, o Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York foi além e criou uma edificação com este material que se assemelha à própria raiz de um cogumelo. A “construção viva”, além de ser sustentável, não é inflamável e conta com isolamento térmico e acústico por conta das fibras do micélio.
Teias de aranha – a empresa alemã Arnold Glas, que produz chapas de vidro, identificou um problema recorrente em grandes cidades: a morte de pássaros que colidem com janelas de vidro. Só na Europa, 250 mil aves morrem todos os dias por esta causa. A companhia percebeu que, na natureza, estes animais são capazes de detectar a presença de teias de aranha e nunca ficam presos nela – diferente dos humanos, para quais estes tecidos muitas vezes passam despercebidos.
Assim, a Arnold Glas desenvolveu um vidro que conta com fibras internas que, aos olhos das aves, assemelha-se a uma teia de aranha. Portanto, os animais desviam a rota antes de colidirem com os edifícios. À vista humana, porém, as “teias” são imperceptíveis.
Besouro da Namíbia – este inseto, que vive em uma região deserta e árida, desenvolveu um sistema de hidratação que capta a umidade do ar e transforma em água potável. Diversos estudos científicos se inspiram no animal para criar, com nanotecnologia, um produto que tenha a mesma capacidade de captar, condensar e filtrar o H2O presente no ar. Com o desenvolvimento dessas ferramentas, será possível levar água para as famílias que sofrem com a seca em lugares remotos do planeta.
Cidades inteligentes
Em uma visão mais ampla, é possível levar o conceito da biomimética para as cidades como um todo. “A cidades inteligentes que conhecemos hoje são pensadas para ser muito tecnológicas, com Internet das Coisas, automação e outras inovações”, diz Giane Brocco.
“Mas o que, de fato, é inteligência? É algo vivo, natural, que tem a ver com o cérebro humano. Se estamos falando de um organismo vivo, para as cidades serem de fato inteligentes, elas precisam ser sustentáveis e resilientes. Precisam funcionar como um grande ecossistema natural”, finaliza a especialista.

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