“A biotecnologia é a quarta revolução industrial”, diz Ryan Bethencourt

Por Tainá Freitas
5 de Maio de 2018 às 12:44 - Atualizado há 3 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
Descubra os elementos secretos que empresas de sucesso estão usando para se libertar do antigo modelo de Gestão Feudal de Negócios.

Só hoje, nossos melhores Cursos Executivos ou Programas Internacionais com até 50% off
Inscreva-se agora - SVWC 2020
Ryan Bethencourt é doutor em medicina regenerativa, empreendedor e investidor em biotecnologia. Bethencourt usou sua experiência para co-fundar a maior aceleradora de startups de biotech do mundo, a IndieBio, e recentemente criou a Wild Earth – uma startup que utiliza a biotecnologia para criar alimentos proteicos para pets.
O empreendedor esteve neste sábado (5) no Silicon Valley Conference, evento da StartSe que traz o Vale do Silício para o Brasil por um dia. Em sua palestra, Bethencourt afirmou que a biologia é a quarta revolução industrial, apresentando os principais motivos nos quais a biotecnologia é e ainda será mais importante para o mundo.
Grandes empresas já estão desenvolvendo produtos inovadores utilizando novas tecnologias, utilizando recursos naturais com menor impacto ambiental – é o caso da Adidas, por exemplo. A empresa lançou o Futurecraft Biofabric, um tênis feito de Biosteel fiber, tecido feito completamente a partir de teia de aranha. “O tênis feito com teia de aranha possui muita proteína e é 10 vezes mais forte que o convencional”, afirmou Bethencourt. Segundo a Adidas, o material é 15% mais leve do que tecidos sintéticos tradicionais.
O potencial de evolução da biotecnologia é ainda maior: para Bethencourt, o DNA é ainda mais importante que dados. “Um DNA tem milhões de vezes mais dados que seu notebook. O DNA é um estoque – cada célula de nosso corpo guarda nossas informações”, comentou.
A experiência como investidor na maior aceleradora de biotecnologia do mundo permitiu que Bethencourt conhecesse e fizesse parte de empresas com potencial revolucionário. É o caso da Miraculex, por exemplo. A startup se inspirou na fruta “miracle berry” (também chamada de “fruta milagrosa”, em português) para construir o próprio modelo de negócios.
A miracle berry é uma fruta capaz de adoçar qualquer alimento sem utilizar açúcar. O segredo não está em um ingrediente secreto semelhante ao açúcar, mas no efeito que a fruta faz em nosso paladar. “A miracle berry tem uma proteína que mexe com nossos receptores de sabor e nos faz pensar que o alimento é doce, apesar de não ser. O efeito parece ser específico em primatas”, explicou o empreendedor.
A startup Miraculex enxergou a oportunidade de utilizar o mesmo conceito da planta em outra espécie, já que a miracle berry é uma planta rara e que demora para crescer. “A Miraculex pegou o gene da miracle berry, colocou no alface – que cresce muito mais rápido -, e verificou se também ficaria doce. Ficou”, comentou Ryan. A estratégia de adoçar alimentos sem usar açúcar deu certo, e agora em uma planta mais acessível e de fácil cuidado. No momento, a startup está escalando sua solução.
Outra novidade trazida pela biotecnologia é a Endura Bio, startup que modifica as plantas para que consigam crescer no solo com maior porcentagem de sal. A iniciativa é importante para que a agricultura também seja possível em solos contaminados e em ambientes mais áridos. “Podemos fazer agricultura onde antes não era possível. E não é um sonho – é ciência real”, afirmou Ryan Bethencourt.
A trajetória do empreendedor no Vale do Silício
A história de Ryan Bethencourt no empreendedorismo começou em 2008, durante a Grande Depressão dos Estados Unidos. Bethencourt estava criando sua empresa na época que muitas outras estavam falindo. Na época, chegou a criar a Genescient, uma startup que criava moscas que viviam mais do que o normal – o tempo de vida passou para 12 semanas, quando o convencional é de 5 semanas. No final, a empresa quase faliu e o empreendedor foi removido como CEO. Justamente pelas empresas estarem falindo, o acesso a biotecnologia se tornou mais fácil, pois as instituições estavam vendendo ou compartilhando seus equipamentos.
“Percebemos que poderíamos criar empresas de forma barata – e por alguns milhares de dólares poderíamos criar laboratórios de biologia compartilhados”, comentou o empreendedor. O fácil acesso a laboratórios permitiu a popularização da biotecnologia, que começou a avançar ainda mais – movimento que não parou até hoje.
Apesar do boom de criação de empresas no Vale do Silício – local onde criou as próprias -, Bethencourt acredita que a inovação pode surgir em qualquer lugar. “Nem todos os inovadores são do Vale do Silício, eles podem vir de qualquer lugar do mundo. O Vale do Silício é um mito que usamos para atrair e concentrar esses inovadores, concentrar capital e investimentos. Mas quero que todos saibam que você pode inovar de qualquer lugar do mundo”, finalizou.
[php snippet=5]

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
Descubra os elementos secretos que empresas de sucesso estão usando para se libertar do antigo modelo de Gestão Feudal de Negócios.

Comentários