Startup MGov usa conteúdo educativo e IA para apoiar o setor público
Por Enio Lourenço
30 de abril de 2019 às 17:06 - Atualizado há 2 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
Descubra os elementos secretos que empresas de sucesso estão usando para se libertar do antigo modelo de Gestão Feudal de Negócios.

Só hoje, nossos melhores Cursos Executivos ou Programas Internacionais com até 50% off
Inscreva-se agora - SVWC 2020
A MGov é uma startup, fundada em 2013 por Guilherme Lichand, Marcos Lopes e Rafael Vivolo (foto), que usa inteligência artificial aplicada à economia comportamental – área que estuda os efeitos de fatores psicológicos, sociais, cognitivos, emocionais e econômicos nas decisões de indivíduos e instituições.
A partir da análise de dados, a MGov cria ferramentas educativas, cuja finalidade é tornar a comunicação mais assertiva e eficiente. “Queremos melhorar a sociedade, somos 100% voltados para o impacto social”, explica Vivolo, que também é o CEO da empresa. A MGov criou o conceito de Nudgebots: robozinhos como os chatbots, mas para mudança de hábitos. O principal produto da empresa é o Eduque+. Neste caso, os nudgebots são programados para distribuir conteúdo e atividades educacionais mirando o impacto na mudança de comportamento dos estudantes.
“O Eduq+ nasceu em 2015 a partir de um chamamento da Fundação Lemann, com a proposta de engajar os pais na educação de seus filhos. É um conteúdo socioemocional, com metodologia validada pela Universidade de Stanford, sugerindo como os responsáveis podem se aproximar em cada faixa etária. Os resultados nos mostraram que os estudantes melhoram o desempenho escolar quando os pais estão mais próximos”, afirma Vivolo.
Em 2018, a govtech realizou parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, alcançando 19 mil usuários ligados aos estudantes do 9° ano do ensino fundamental, de 286 escolas selecionadas em sete macrorregiões do estado.
A avaliação de impacto, durante um semestre, foi medida pela Universidade de Stanford: diminuição da taxa de repetência em 33%; aumento de 15% de participação escolar; 25% de aprimoramento de proficiência em matemática; 12,44 reais de retorno sobre investimento para cada real.
A proposta foi tão bem avaliada que, ao final de 2018, a MGov levou o Eduq+ para regiões produtoras de cacau da Costa do Marfim, com apoio da Jacobs Foundation e do Ministério da Educação local. Desta vez, eles selecionaram 5,6 mil pais e mães, e estão testando o envio dos nudgebots agora por mensagens voz, a fim de impactar também familiares não alfabetizados.
Na área de educação financeira, a startup fez uma experiência com a Caixa Econômica Federal, numa iniciativa que atingiu 6,6 mil beneficiários dos programas sociais Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família. No primeiro caso, um dos motes era reduzir a inadimplência dos contemplados a parir de conteúdos educativos, promovendo maior consciência financeira. O trabalho contou com apoio da aceleradora Artemisia e do extinto Ministério do Desenvolvimento Social.
Desafios na relação com o setor público
Segundo Vivolo, o modelo de negócios da MGov é focado na venda direta dos produtos educativos, que tem custo avaliado por usuário mensal – quanto maior o número de usuários, mais barato fica o valor unitário para o contratante –, próximo ao modelo SaaS (Software as a Service). Até hoje, a startup contou apenas com investimento direto de 60 mil reais, feito pelos próprios fundadores.
Se os problemas não são os grandes investimentos e o andamento saudável da operação que ocorre no azul, o CEO é crítico à burocracia dos governos federal, estaduais e municipais para a contratação de inovação tecnológica, feitas através da abertura de licitação.
“Não existe um grande caso de uma startup com venda recorrente para o governo. Existem gestores incríveis que estão acreditando nas startups, tem todo um movimento com o pessoal do BrazilLAB impulsionando o setor público”, afirma Vivolo.
Segundo Vivolo, a MGov e outras govtechs “estão cortando o mato alto”, aprendendo com os erros e acertos, e mostrando para o mercado o que a gente pode fazer pelo crescimento desse ecossistema.
“A gente quer realmente mudar o país, trabalhando pelo governo, que tem muitas coisas para melhorar. É aí que as startups têm que pensar: por que trabalhar com o governo? Porque ele vai ser a grande mola propulsora de impacto social, com capilaridade, para chegar na ponta de quem mais precisa”, complementa Vivolo.

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
Descubra os elementos secretos que empresas de sucesso estão usando para se libertar do antigo modelo de Gestão Feudal de Negócios.

Comentários