O reverso da medalha – como a iniciativa privada pode ajudar a garantir a segurança
Por Claudio Nasajon
4 de novembro de 2015 às 14:31 - Atualizado há 7 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
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Semana passada participei de um café da manhã com o Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Sr. José Mariano Beltrame. O cara é bom. Lamentavelmente o cenário que ele pintou não é muito colorido. No final da conversa, perguntei como podemos nós, da iniciativa privada, ajudar o Estado que parece tão necessitado de recursos para garantir a segurança dos cidadãos. A resposta, e os seus desdobramentos, são tema deste artigo.
Ao longo da conversa ficou claro que o mar não está para peixe. Segundo dados do Instituto Igarapé que estuda a segurança pública no Brasil, nosso país é o terceiro em homicídios no mundo e 4º maior encarcerador do planeta. Temos cerca de 600.000 presos e mais 110.000 aguardando pena. Só ficamos atrás da China e da Rússia nesse quesito. Não precisa ter muito conhecimento para saber que o custo não só de prender, mas de mantê-los na cadeia, poderia ser melhor usado em medidas socioeducativas, mas isso exige investimentos com retorno de longo prazo.
O problema é que o mandato dos governantes não é suficientemente longo para colher frutos dessas medidas e isso desmotiva qualquer ação do tipo. Aliás, é por isso também que o ensino público não melhora como deveria. Investir em educação é algo que só rende frutos depois de 10, 15 anos, e a maioria dos governantes não é tão longeva.
Pacificar as favelas é bom, mas não basta. É preciso construir infraestrutura (escolas, saneamento etc.) para incentivar o comércio e permitir que os empresários assumam o papel que hoje é dos traficantes, no sentido de empregar a mão de obra local. A saída é pressionar os governantes, mas como já estou por aqui há bastante tempo, sei que essa pressão não é nem rápida, nem simples.
Uma solução bem mais eficaz, pelo que entendi da conversa com o Secretário, é que a iniciativa privada assuma uma parte do papel – o que também não é simples. Se alguém inventar uma solução tecnológica e quiser vendê-la para a polícia, por exemplo, vai enfrentar uma via-crúcis. Qualquer compra acima de R$ 8 mil exige um processo licitatório demorado e ineficaz.
Alguns grupos de empresários vêm se movimentando no sentido de criar um “fundo” capaz de gerir recursos para apoiar a segurança pública sem custo para o Estado. Temos que “ceder” mesmo. Se a sua empresa tiver um aplicativo de celular para melhorar o mapeamento da criminalidade, vamos implantá-lo e alinhar com a Secretaria de Segurança para que ela encaminhe os agentes para as áreas onde eles são mais necessários.
Há alguns dias instalei o aplicativo SINESP CIDADÃO (gratuito) que permite verificar a situação dos veículos automotores. Agora quando não tenho nada melhor para fazer na rua, me divirto colocando a placa dos carros e vendo se estão em situação irregular. Outro dia peguei um Taxi pirata (o sistema indicava carro na cor cinza, quando deveria ser amarela – cor dos taxis no Rio de Janeiro), mas não consegui fazer a denúncia porque o sujeito desapareceu de vista antes que eu pudesse fazer a ligação. Mas está aí. Quando pegar um carro estacionado, denuncio.
Uma coisa é certa: não há efetivo suficiente para fiscalizar todos os cidadãos, todas as esquinas, todos os veículos. Precisamos ajudar. Se cada um de nós fiscalizar e denunciar, a utilização do efetivo policial será mais eficiente. Hoje com um celular na mão você tem poder. O Periscope transmite vídeos ao vivo. Twitter impacta milhões. Facebook tem abrangência mundial.
Então, a proposta é pararmos de reclamar da falta de segurança e começarmos a nos organizar para ajudar o Estado. Não temos poder de polícia, mas podemos criar grupos de Whatsapp e comunicar incidentes nas redondezas (certifique-se de incluir alguém da polícia local no grupo). Podemos instalar câmeras e facilitar o acesso remoto às autoridades. Podemos instalar aplicativos em nossos celulares e mandar informações úteis para os órgãos que podem se beneficiar delas.
O resumo da história é que não somos “nós” contra “eles”. Estamos todos no mesmo barco e se por um lado devemos pressionar governantes e direcionar decisões políticas para favorecer os investimentos de longo prazo em vez de medidas populistas, por outro não podemos esperar. Mais segurança é mais desenvolvimento.
Até a próxima,
Claudio Nasajon

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