A SELIC caiu e isso pode impactar (e muito) as startups; entenda

Por Da Redação
19 de outubro de 2016 às 17:25 - Atualizado há 4 anos

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O mercado brasileiro de startups teve uma grande mudança: é que o Copom (Comitê de Política Monetária) pode baixou o juro básico do Brasil, a Selic, pela 1ª vez em quatro anos – de 14,25% para 14% ao ano. Isso é uma mudança significativa na política econômica brasileira: pode ser o sinal para que mais dinheiro vá para o mercado de startups, impulsionando o crescimento da economia.
A função da taxa Selic não é simples, mas ela tem o poder de afetar todo o funcionamento da macroeconomia nacional. “A SELIC é a taxa básica de juros adotada no Brasil. Em cada país há uma taxa com sua própria denominação e que cumpre o mesmo papel. Esse papel é o de manter o controle da inflação ao referenciar a venda de títulos públicos para honrar compromissos do orçamento federal”, afirma Marcos Melo, sócio-diretor da Valorum Gestão Empresarial.
Quanto mais alto o juro básico, maior o custo de capital – e mais difícil é captar, seja por dívida, seja por investimento. “O período rápido de crescimento de uma empresa é justamente aquele em que se consome mais capital para dar continuidade aos projetos de investimento para dar maior escala a produtos e serviços oferecidos ao mercado”, explica Melo.
No Brasil, é muito comum que o dinheiro flua para investimentos em renda-fixa, que são tidos como arriscados – e os projetos que existem não são tão atraentes quando os investimentos sem risco. “Quando a taxa básica de juros é mantida em nível elevado, as empresas em geral encontram poucas oportunidades de projetos com rentabilidade superior a essa taxa”, afirma.
c. “Afinal, para quem pode comprar títulos públicos à taxa básica sem virtualmente correr qualquer risco, porque o governo sempre terá dinheiro para resgatar os títulos, decidir relocar os recursos para projetos altamente arriscados será feito só se o retorno esperado for muito mais alto”, salienta o sócio-diretor da Valorum.
O patamar alto da Selic para conter a inflação prejudica a economia – e certamente pode ser uma das principais causas para não termos um boom de empreendedorismo no Brasil. “Certamente a taxa básica elevada do Brasil matou uma grande quantidade de boas ideias porque não conseguiram atingir o nível estratosférico de rentabilidade que é necessária para ser viável, enquanto em outro país tais iniciativas teriam muito mais chances de decolar”, completa.
Investidores são impactados
Um ponto a ser ressaltado é que o potencial investidor em startups simplesmente não encontra nada que valha a pena investir – não por não ter empresas boas, mas por ter um mercado extremamente distorcido pela renda fixa. E não começa a investir. “O impacto para os investidores de startups está no outro lado da mesma moeda das empresas. O investidor precisa encontrar projetos com altíssima rentabilidade para ser interessante a ele dirigir os recursos com expectativa de retorno”, explica.
Hoje, arredondando, você basicamente dobra seu capital a cada 5 anos de dinheiro aplicado (nominalmente, pois a inflação come isso) se você aplicar em um investimento que segue a Selic atualmente (há investimentos de baixo risco, melhores). Uma startup, para ser tida um bom investimento, teria que render MUITO mais, já que o risco é MUITO maior.
Se a renda fixa atrelada à Selic dobrasse o seu investimento em 10 anos ao invés de 5, aí a valorização da startup precisaria ser apenas metade para justificar o investimento – aumentando exponencialmente a quantidade de startups que “merecem” um investimento. “Com alta taxa de juros, poucos projetos mostram-se sustentáveis financeiramente para justificar investimentos. O investidor passa a ter uma oferta muito menor de startups onde pudesse investir seus recursos”, conta o sócio-diretor.
O jeito é arrumar a economia
Só que é muito raso acreditar que baixar a Selic é a solução: pode-se criar vários outros problemas com isso, como uma alta muito forte da inflação. “Pode-se pensar que a solução para todos esses problemas então é simplesmente reduzir a taxa básica, mas não é assim. Apesar de o Banco Central puder tomar a decisão autônoma de estabelecer o nível da SELIC, se houver uma redução brusca da taxa, a inflação retorna com força e desorganiza toda a economia. A situação fica ainda pior do que com taxa elevada”, destaca.
Para resolver tudo isso, o ideal mesmo é acertar o andamento da economia nacional, que andou desarrumada nos últimos anos – só assim podemos fortalecer o empreendedorismo nacional e baixar a taxa Selic. “O que precisa ser feito é avançar no ajuste fiscal, destravar a economia com mudanças na lei trabalhista, criar marcos regulatórios seguros para atrair novos investimentos principalmente em infraestrutura e tantas outras medidas de efeito no curto prazo”, diz Melo.
E claro: há uma área imensa que é negligenciada no Brasil e que permitiria o desenvolvimento mais rápido do País. “No longo prazo, a principal medida é aquela sempre tão discutida. O Brasil precisa investir muito em educação para melhorar a produtividade”, conclui.

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