Para criar uma empresa que dê certo, erre primeiro
Por Paula Zogbi
17 de novembro de 2015 às 12:03 - Atualizado há 7 anos

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Acontece nesta segunda e terça-feira, 16 e 17, na cidade de São Paulo, o evento Innovators Summit, que reúne empreendedores de pequenas e grandes empresas e investidores em dois dias de palestras sobre startups, dinossauros, inovação e tecnologia. Cada um dos palestrantes traz uma história e um ponto de vista diferente à discussão, mas todos eles parecem concordar em uma questão essencial: para empreender bem, é preciso também errar.
“A grande maioria das startups falha, não dá certo, vai pro buraco, mas daqui a pouco o cara vai, cria outra e segue a vida”, afirma Leonardo Matiazzi, vice-presidente e diretor de inovação da CI&T, companhia brasileira multinacional de TI que organizou o evento em parceria com a +Innovators. Ele acredita que o mercado brasileiro, ainda que restrito, já é bastante inovador e diz que “não tem medo” de investir em startups. “A crise também gera oportunidade, e acredito que é sim um mercado bastante promissor”, analisa, “mas não tem jeito, boa parte não vai pra frente e quase nenhuma vira unicórnio [startups avaliadas em mais de US$1 bilhão]”.
Um brasileiro que não teve medo de errar algumas vezes antes do tiro certeiro é o co-fundador do Buscapé, Romero Rodrigues. Depois da compra do buscador pela Napsters, o empreendedor anunciou em setembro deste ano que deixaria o comando da companhia para investir em outras novas companhias. “Nós [Romero e os colegas que o acompanharam na criação do buscador] tivemos negócios que deram muito errado e aprendemos com os nossos erros. Depois de passar por essas dificuldades, começamos a tratar o Buscapé até com uma certa paranoia: ‘se eu quisesse destruir o Buscapé, o que eu faria?’ E foi por isso que deu tão certo”, relembra Romero, que hoje tem como missão “construir o melhor fundo de Venture Capital do Brasil” – o que significa, também, errar algumas vezes, mas agora estando do outro lado.
Para Romero, investir também é empreender: “o barato é poder dividir o dia entre empreendedores de diversos setores, e fazer venture capital no Brasil hoje é tão nascente quanto era criar um buscador em 1998”, diz, animado, o novo capitalista. “E nada disso se faz sozinho, o que importa realmente é quão bons são os seus sócios”.
O norte-americano John Barr, COO da Yieldex, concorda com Romero. A startup recentemente teve uma “saída” de mais de US$100 milhões ao ser comprada pela AppNexus, especializada em publicidade digital. Sobre a venda dessa e de outras companhias nas quais apostou, ele aconselha: “faça com que seu time sempre se sinta especial. As mudanças são muito difíceis para as pessoas e as pessoas são a parte mais importante de uma companhia”.
A Yieldex não foi a primeira startup com uma grande saída de que Barr participou, mas nem todas foram tão bem-sucedidas. “Já tive saídas de mais de US$850 milhões, mas também passei por muitas empresas que falharam. Todas as minhas tentativas no mundo financeiro deram errado”, relembra o empreendedor. Segundo ele, o mais importante é ter a visão crítica de entender o que não está sendo feito direito. “É muito difícil ver quais dos serviços que você oferece estão dando errado e arrumá-los, mas isso é essencial”, aconselha o empreendedor.
Sua vasta experiência na área também o ensinou que vender uma startup só vale a pena se a operação fizer sentido para os dois lados. “No caso da Yieldex, a AppNexus viu que poderia pegar aquilo que nós criamos e melhorar, levar a outros níveis. Isso também fazia sentido para melhorar o nosso próprio trabalho e aumentar a nossa satisfação. Se não for o melhor para o dois lados, em vez de tentar vender sua startup é melhor você procurar um emprego por aí”, garante Barr. Ele acredita que a operação foi facilitada pela semelhança entre as duas empresas: “a AppNexus é um caso especial. Ela tinha dez vezes o nosso tamanho, mas foi criada ao mesmo tempo que nós. Pode ser considerada uma grande corporação ou uma startup realmente enorme”.
Mas esteja preparado: “uma aquisição sempre faz algumas pessoas irem embora. Elas podem estar ganhando mais, em uma empresa maior, mas não tem jeito: isso gera desconforto. Então lembre-se de sempre conversar com a equipe e tentar levar em consideração tudo o que todos eles falarem”, aconselha o veterano, ao mesmo tempo em que afirma que segurar mão de obra não vale a pena. “Não gosto de dizer isso, mas se não funcionou, demita”.

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