O reforço da BlaBlaCar para avançar em políticas públicas no Brasil

Por Tainá Freitas
18 de julho de 2019 às 07:24 - Atualizado há 3 anos

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No Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e em outros países, veículos com duas ou mais pessoas possuem o benefício de andar por faixas exclusivas em horário de pico. A lei incentiva o “carpool”, quando pessoas compartilham lugares em seus veículos, e o uso do transporte público.
Esse é o tipo de incentivo que a BlaBlaCar espera no Brasil. Na semana passada, a empresa de compartilhamento de viagens de longa distância anunciou a contratação de Karen Duque, sua primeira Gerente de Relações Governamentais e Institucionais no Brasil. Ela será responsável pelo relacionamento da empresa com o governo e o incentivo de implementação de políticas públicas.
O BlaBlaCar chegou no Brasil em novembro de 2015 e hoje possui o país como o seu terceiro maior mercado. A expectativa é que o setor cresça ainda mais com o auxílio de políticas públicas que incentivem o carpool como modalidade de transporte.
“Já existe uma previsão no Código Civil que garante a legalidade de carona, apesar de não definida especificamente. Precisamos afirmar essa garantia, definir carona de uma maneira simples, direta e inteligível para todos”, afirma Karen Duque em entrevista à StartSe.
Duque trilhou sua carreira no setor de relações governamentais. Ela é formada em Comunicação Social pela ESPM-RJ e especialista em Relações Internacionais pela UNB. No setor de mobilidade, Duque ganhou experiência ao trabalhar no mesmo setor na 99.
Na 99, startup de ride-hailing (corridas sob demanda por aplicativos), a executiva participou das discussões federais, municipais e estaduais sobre a regulamentação do aplicativo. No entanto, apesar de ambas as empresas serem de mobilidade, Duque enxerga diferenças nos negócios.
Para começar, a BlaBlaCar não enfrenta uma oposição tão grande quanto os aplicativos como a 99 quando começaram a circular. O ridehailing foi uma das primeiras formas de mobilidade trazidas pela “Nova Economia” para o Brasil – e pavimentou o setor. Agora, o carpooling (compartilhamento de assentos em veículos) é mais uma alternativa aos entusiastas da mobilidade.
“A BlaBlaCar não é um aplicativo de transporte privado individual. Ele é voltado para caronas de longa distância, viagens intermunicipais, enquanto os aplicativos de ridehailing são para viagens curtas”, explica Duque. “O intuito na BlaBlaCar é diminuir o custo, dividindo combustível e pedágio, enquanto nos outros aplicativos o passageiro paga uma tarifa por quilômetro e minuto”.
Segundo a empresa, sua missão é de acabar com todos os assentos vazios que existam em veículos hoje. A startup busca realizar esse objetivo ao conectar pessoas que estão indo para os mesmos destinos.
Como atua um profissional de relações governamentais?
A rotina varia de acordo com cada empresa. No entanto, na rotina de Karen, há desde o monitoramento de debate político no Legislativo (federal, municipal e estadual) às relações institucionais com outros personagens. Há também reuniões com representantes do poder Executivo.
As relações institucionais, não raramente, são com outras empresas – e algumas do mesmo setor. “O que todo mundo quer é um ambiente mais propício. Não estamos falando de pleitos individuais de negócio, o trabalho com outras companhias é bem comum”, explica.
A discussão com especialistas em mobilidade no governo tem como pauta as externalidades positivas ou negativas do carpooling – e, consequentemente, da atuação da BlaBlaCar. “Eles entendem que o compartilhamento de assentos diminui a emissão de CO2, há menos carros nas ruas e menos custos na utilização dos automóveis”, afirma a executiva.
Além de faixas exclusivas para carros com dois ou mais passageiros, outro exemplo de política pública que incentiva o carpool é a isenção do rodízio, como é realizado na França.
O fato de estar presente em 22 países garante à BlaBlaCar repertório e cases de sucesso para expor ao governo brasileiro. A adoção do aplicativo garante o interesse: desde 2015, a empresa acumula mais de 2 milhões de brasileiros no aplicativo e cerca de 20 milhões de assentos já disponibilizados em corridas.
“Um dos maiores desafios que toda empresa de tecnologia tem é de explicar a realidade e o funcionamento de seus negócios. Normalmente, já existem marcos regulatórios anteriores semelhantes ao que a nova tecnologia está trazendo e há um movimento de enquadrar novos negócios em um marco antigo. Não adianta enquadrar atividades novas sem precedente em regulações antigas – precisamos de leis que incentivem inovação, e o compartilhamento é consequência disso” – e esse é o objetivo (e desafio) de Karen Duque na BlaBlaCar.

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