Um brasileiro explica o que faz o Vale do Silício ser um lugar tão fenomenal (e derruba um mito)

Por Da Redação
3 de agosto de 2016 às 14:43 - Atualizado há 6 anos

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O Vale do Silício é a região mais inovadora do mundo. E isso não é nenhuma novidade para ninguém que visita o StartSe regularmente. Mas o que fez o local tão diferente do resto do mundo (e até mesmo completamente diferente do restante dos Estados Unidos)? Simples, a sede por conhecimento e tecnologia que a região tem.
É a percepção do brasileiro Henrique Dutra, gerente de marketing de uma das maiores aceleradoras do mundo, a GSVLabs – um local muito, muito especial, e que as pessoas que vão na Missão Vale do Silício do StartSe vão conhecer este mês.
Por lá, diz ele, há uma enorme sede de conhecimento. “Acho legal que a cultura de troca de conhecimento. O pessoal aqui tem um mindset de discutir, com uma sede de conhecimento. Todo mundo quer aprender tudo o tempo. Para mim, de longe, esse o maior diferencial daqui”, afirma Henrique.
Um dos pontos realçados é que lá as pessoas discutem inclusive o que é tabu por aqui e trocam informações importantes que aqui são escondidas. E o que para nós é vergonha, é um sinal de amadurecimento e melhoria por lá. “A cultura de falha é uma coisa muito bacana, é até glamourizada. Os investidores preferem investir em alguém que já falhou do que em alguém que está iniciando”, destaca.
Falhar, no exemplo de Henrique, é um dos pontos mais importantes lá e que fazem um grande barulho, mas que, por aqui, não faz barulho. “Tem gente que falha e escreve livros, faz palestras. Essa cultura de difundir conhecimento é muito bacana”, conta.
Uma história dele mostra bastante o que é a cultura de troca de conhecimento e saber que a região possui. “Sabe o momento que eu percebi isso? Estava de bobeira em casa, me cadastrei no evento transhumanismo em Stanford. Eu achei que era uma palestra, mas era uma discussão. Uns meninos, gente mais nova do que eu até (Henrique tem 25 anos) e discutindo o assunto sério. Não era brincadeira, é muita sede de conhecimento”, afirma.
Um ponto muito importante para Henrique que criam um diferencial para o Vale é a abundância de pessoas bem qualificadas por lá. “Uma coisa que chama a atenção são as universidades que tem aqui. Stanford, Berkeley, é muita mão de obra qualificada, muitos engenheiros”, diz.
E uma cultura empreendedora muito forte, que impulsiona as pessoas a inovarem cada vez mais. “Boa parte deles vão abrir as próprias startups. Então tem competição entre Google, Facebook, Apple e as milhares de startups para ver quem vai contratar”, conta.
E mais um ponto: a quantidade de estrangeiros que lá existem, grupo no qual Henrique se encaixa por ser brasileiro, e que ajudam a montar uma cultura muito mais complexa e inovadora do que se fosse uma região só de americanos. “A diversidade também é muito importante, mais da metade do pessoal daqui é de outros países. E isso ajuda a fomentar a inovação. Isso também grande é um diferencial”, conta.
Contudo, muitas pessoas possuem uma visão errada a respeito: a respeito da facilidade de captar dinheiro para sua startup. “O primeiro diferencial do Vale é a quantidade de investidores que tem aqui. 44% de todo o capital de risco dos Estados Unidos está aqui, mas não é tão fácil levantar dinheiro aqui, não é tanto chegar e captar como o pessoal fala”, salienta Henrique.
É, porém, possível conhecer muita gente e fazer muitos “elevators pitches”, o que aumentam as tuas chances de conseguir um investimento, uma aceleração ou, no mínimo, uma mentoria de uma pessoa muito boa. “Aqui tem muitos eventos, todo mundo é muito aberto por aqui e você acaba conhecendo muita gente, isso é verdade”, explica.
O glamour do Vale, porém, atrai as pessoas para fixarem residência por lá, quando o mais correto, talvez, seja você ir para conhecer, aprender o mindset e trazer as experiências para o Brasil. “Já ficou um pouco um pouco holliwodiano que você vai pro Vale ganhar dinheiro. Isso atrapalha um pouco. Para conhecer é super válido, ajuda a formar a cabeça, eu recomendo bastante”, opina.
Portanto, na hora de levar sua startup para lá, planeje bem antes de tudo: você não quer queimar as suas oportunidades e fazer algo que não será produtivo para ti. “Você precisa ter um plano para vir aqui e morar aqui, Quando for trazer sua startup para cá, pense muito antes de fazê-lo”, conclui Henrique.

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