Medellín: da cidade mais violenta para a mais inovadora do mundo

Por Isabella Carvalho
15 de fevereiro de 2019 às 12:38 - Atualizado há 3 anos

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Você já deve ter ouvido falar de Medellín, na Colômbia. Em 2013, a cidade foi eleita a mais inovadora do mundo pelo concurso City Of The Year, realizado pelo Wall Street Journal em parceria com o Citigroup. Mas um detalhe chama atenção: ela também já foi considerada a mais violenta do mundo.
Nos anos 90, os habitantes de Medellín viveram um período marcado pela violência, narcotráfico, desaceleração econômica e outros conflitos. A taxa de homicídio na cidade chegou a quase 7 mil pessoas por ano. “Durante muito tempo, as notícias envolveram medo, drogas, bombas e corrupção”, disse Carlos Jaramillo, que está à frente do Ruta N, Centro de Inovação e Negócios de Medellín, durante o encontro LIDE Next sobre Cidades Inteligentes.
Para mudar esse cenário e melhorar a qualidade de vida da população, algumas iniciativas foram tomadas. Uma delas foi a criação de um teleférico para transporte dos bairros menos favorecidos. O sistema entrou em operação em 2004 e hoje é composto por diversas linhas ligadas ao metrô e outros pontos. Medellín foi a primeira cidade da América Latina a utilizar teleférico como meio de transporte de massa.
“Esse projeto foi um marco, beneficiando aproximadamente 400 mil pessoas. A partir disso, a cidade se transformou e se tornou referência. Envolver os cidadãos nos processos de criação de novas iniciativas foi essencial”, explicou Jaramillo. No mesmo período foram feitos investimentos em segurança e em projetos tecnológicos, pedagógicos e culturais. “Começamos a pensar em uma cidade inovadora com uma economia baseada em conhecimento. Tínhamos que formar as pessoas e criar uma cultura empreendedora”, disse Carlos.
Medellín como referência
Com o passar dos anos, o cenário se transformou. Atualmente, a cidade possui um comitê que reúne todos os meses líderes e as principais companhias para definir as políticas públicas que serão implementadas. Medellín também abriga um Distrito da Inovação com mais de 172 hectares composto por três bairros (Jesús Nazareno, Sevilla e Chagualo).
O local permitiu a chegada de 154 novas empresas à cidade e a geração de mais de 2.900 empregos. “A ideia é que esse território se torne cada vez mais inteligente e que as empresas possam encontrar tudo que precisam a uma distância a pé”, disse Jaramillo.
Com o conjunto de iniciativas, as desigualdades econômicas e sociais da cidade diminuíram, assim como o índice de homicídios, que caiu 80%. Segundo Jaramillo, a criação de novas políticas públicas aliada à um trabalho estruturado foram fundamentais neste processo. “Por meio dessas iniciativas conseguimos estabelecer projetos de longo prazo”, disse.
Centro da Quarta Revolução Industrial
A cidade se desenvolveu tanto que em janeiro, durante um encontro do Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos (Suíça), o presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou que Medellín será uma das sedes do Centro da Quarta Revolução Industrial. A princípio, ela terá como foco o desenvolvimento de inteligência artificial, internet das coisas e blockchain.
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A iniciativa faz parte de um plano que também envolve outros países, como Israel e Emirados Árabes. Hoje, Estados Unidos, Japão, China e Índia já possuem Centros criados. Com a notícia, Medellín se prepara para dar mais um passo na jornada que iniciou há dez anos. “Criamos o nosso próprio ecossistema de inovação. Agora, abrigaremos o único Centro da América Latina”, afirmou Jaramillo.

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