Documentos revelam que TikTok censura conteúdo inclusive fora da China

Por João Ortega
26 de setembro de 2019 às 18:09 - Atualizado há 2 anos

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O TikTok, rede social de vídeos curtos da startup chinesa ByteDance, censura conteúdo publicado por usuários, seja dentro ou fora da China. Documentos da empresa foram obtidos pelo jornal The Guardian e detalham como é feita a filtragem dos posts na plataforma.
A papelada indica que a censura é feita tanto por moderadores humanos quanto por meio do algoritmo misterioso do TikTok. Os conteúdos sensíveis são divididos em duas categorias: “violações”, que são deletados da rede e podem levar ao banimento do usuário, e “visíveis para si”, que têm o alcance cortado, mas ainda ficam disponíveis no perfil de quem publica.
Em alguns casos, o documento é bastante generalista, sem deixar claro o tipo de conteúdo exato que é filtrado. O texto fala em “crítica a políticas e regras sociais de qualquer país, incluindo a monarquias, parlamentarismos, separação de poderes, socialismo, etc”. Ou ainda em “distorção de episódios históricos como as revoltas na Indonésia, o genocídio em Camboja ou os incidentes na praça Tiananmen” – casos que envolvem a China diretamente.
Também aparecem nos vazamentos trechos sobre outras questões delicadas como “separatismo, conflitos religiosos ou étnicos e a independência da Irlanda do Norte, da República da Chechênia, do Tibet e de Taiwan”. Segundo o Washington Post, vídeos sobre os protestos em Hong Kong contra medidas do governo chinês foram censurados com base nestes parâmetros.
Em outros casos, porém, o documento mostrou-se bem específico. Há, por exemplo, uma lista de personalidades das quais não se pode falar. Entre elas, estão nomes como Kim Jong-Il, Mahatma Gandhi, Vladimir Putin, Donald Trump e Barack Obama. Xi Jinping, presidente da China, não aparece nesta seção.
Ambiente “seguro e positivo”
O TikTok respondeu à reportagem do The Guardian, afirmando que o documento obtido data de maio deste ano, antes do início dos protestos em Hong Kong. Além disso, a ByteDance afirma que o objetivo era “minimizar os conflitos na plataforma em diversas regiões do mundo”. Diferente de concorrentes como Twitter e Facebook, por exemplo, a rede social quis se distanciar de poder ser usada como ferramenta política.
No entanto, com foco na internacionalização, o TikTok afirma ter acabado com a prática da censura fora da China. “Reconhecemos que esta não era a abordagem correta, e começamos a trabalhar para empoderar equipes locais que tivessem conhecimento destes mercados em específico”, afirma a startup chinesa.
Isto não quer dizer que a ByteDance está acabando com a filtragem de conteúdos. “Hoje, temos moderadores locais e políticas de conteúdo locais”, afirma. “Também entendemos que precisamos ser mais transparentes na comunicação de nossas políticas que criamos para manter o app como um ambiente seguro e positivo”.

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