“China será maior fonte de negócios da Airbnb até 2020”, diz co-fundador
Por Lucas Bicudo
23 de agosto de 2018 às 14:43 - Atualizado há 4 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
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No início de agosto, a Airbnb anunciou um concurso: quatro vencedores voariam para a China para ficar em uma torre de vigia na Grande Muralha. Eles receberiam um jantar ao pôr do sol, uma experiência musical tradicional chinesa e uma caminhada histórica sob o nascer do sol pelos campos da região. A conta oficial do Twitter de Turismo de Beijing até a promoveu a iniciativa.
Seis dias depois, a empresa cancelou o concurso abruptamente. A única pista de sua existência anterior era a declaração da Airbnb na página da promoção, na qual ela se desculpava com aqueles que já haviam sido inscritos.
Este último desastre ilustra os desafios que a Airbnb enfrenta ao tentar expandir seus negócios na China. O South China Morning Post anunciou que a campanha sofria críticas através do Weibo, a versão chinesa do Twitter; o jornal incluía postagens traduzidas como: “A Grande Muralha é uma relíquia histórica sob proteção, como eles podem ser transformados em uma pousada comum?!”. Poucos dias depois, o escritório do governo responsável por essa seção do muro disse que não aprovou os planos da Airbnb. O tweet promocional @BeijingOfficial foi removido. A Airbnb teve pouca escolha a não ser rescindir toda a jogada.
A China está repleta de startups que tentaram fazer negócios no país e depois desistiram ou foram expulsas. Essas empresas geralmente descobrem que o mercado chinês é difícil de entender. Alguns players de tecnologia arraigados dominam quase todos os negócios. O governo tende a criar um ambiente regulatório que favoreça as empresas nacionais e as regras mudam arbitrariamente com pouco aviso.
Não parece importar que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, tenha aprendido a falar mandarim; sua companhia ainda é banida lá. O Google fechou seu mecanismo de busca em 2010. Dois anos atrás, a Uber se fundiu com seu concorrente chinês, Didi Chuxing.
Tudo isso não impediu que a Airbnb remontasse sua própria estratégia, para ampliar sua participação na indústria de viagens do país mais populoso do mundo. A Airbnb China é uma das quatro empresas que a Airbnb priorizou (juntamente com seus principais negócios de “casas”, “experiências” e “aluguéis de luxo”).
Em parte, isso se deve ao tamanho do país. Considere que a China tem mais millenials do que os Estados Unidos tem de cidadãos – e muitos estão viajando pela primeira vez, então suas ideias e hábitos sobre onde e como viajar ainda não foram totalmente formados.
No ano passado, em um esforço para conquistar turistas chineses que viajavam pelo país, a empresa lançou uma operação com foco doméstico chamada Aibiying, que significa “recebam uns aos outros com amor”.
O crescimento no país tem sido robusto. Espera-se que a receita da divisão da China aumente mais da metade, para cerca de US$ 130 milhões este ano, o que representa de 4% a 5% da receita total da empresa, segundo o The Information. O co-fundador Nathan Blecharczyk, que é presidente dos negócios da empresa na China, disse que o turismo chinês será a maior fonte de negócios da Airbnb até 2020.
A Airbnb tentou definir seu nicho com listagens de “qualidade”. Em uma postagem, Blecharczyk escreveu que a empresa melhoraria seu atendimento na China, contrataria funcionários para se comunicar com os clientes em uma variedade de serviços, incluindo WeChat e Weibo, e abriria escritórios em mais cidades chinesas. No início deste ano, a empresa lançou uma “Host Academy”, que oferece workshops, chats ao vivo no WeChat e vídeos educacionais para os anfitriões.
Mas descobrir como construir a marca Airbnb na China será difícil. Por um lado, é mais difícil descobrir como alcançar novos clientes na web. Ao contrário do Ocidente, onde as buscas são onipresentes e as empresas de viagens podem comprar anúncios de busca, a maioria das pessoas está navegando na web a partir de aplicativos como o WeChat.
Além disso, a startup enfrenta uma enorme quantidade de concorrentes locais, todos oferecendo descontos e serviços baratos. A Meituan Dianping tem um investimento considerável da controladora da Booking.com, que também está investindo na Didi Chuxing.
A Meituan-Dianping foi criada para coletar feedback das pessoas sobre serviços de restaurante e compartilhar comentários com outros possíveis consumidores. É basicamente o Yelp da China. No entanto, como tudo em solo chinês, oferece ainda mais do que sua contrapartida ocidental. Os usuários podem pedir comida diretamente do aplicativo e comprar cupons de ofertas para uso futuro. O serviço se tornou tão popular, que processa mais de 20 milhões de pedidos por dia, segundo Jane Zuo, da Meituan-Dianping.
A plataforma não se limita apenas aos restaurantes, pois os usuários também podem postar avaliações sobre bares, salões de beleza, hotéis, academias e assim por diante. Quando você procura um restaurante no Dianpang, por exemplo, há toneladas de fotos que ajudam a dar uma ideia do que esperar do ambiente. Essas fotos também incluem informações úteisS como cardápios, fachadas e ofertas promocionais.
Além de vencer seus concorrentes, a Airbnb também precisará permanecer nas boas graças do governo chinês. Chegou a acordos com várias cidades para garantir que possa operar e tem sido franco sobre seus planos com as autoridades.
Apesar de tudo isso, as listagens da Airbnb na China aumentaram este ano. O número de anúncios ativos subiu 133% ano após ano, de acordo com a AirDNA – um serviço que analisa os dados da startup. À medida que a empresa busca novas oportunidades de crescimento antes de uma oferta pública inicial, que pode ocorrer já em meados de 2019, os dados sugerem que a vale a luta em solo chinês.
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(via Wired)
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