Startups de Florianópolis: as queridinhas dos fundos de capital de risco

Por Tainá Freitas
31 de outubro de 2018 às 09:07 - Atualizado há 4 anos

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Já faz algum tempo que Florianópolis, em Santa Catarina, deixou de ser conhecida apenas pelo turismo e suas belas praias, para se tornar um celeiro de empresas digitais. Esse movimento começou na década de 80, quando foi criada a Fundação CERTI, centro de tecnologia e inovação idealizado a partir do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina. Fundada há 20 anos, a UFSC teve participação na criação do ecossistema de inovação e empreendedorismo local.
Décadas depois, Florianópolis criou a sua própria “Rota da Inovação”. Esse nome foi atribuído à rodovia SC-401, que originalmente apenas ligava o centro da cidade a praias como dos Ingleses e Jurerê. Hoje, esse caminho vai além: ela leva até os grandes centros tecnológicos da cidade, lar de grandes empresas e startups. Outro apelido recebido pela cidade é “Ilha do Silício”.
A criação de grandes centros de inovação na cidade já está sendo notada: Florianópolis é, atualmente, o local em que o número de aportes vindos de fundos de capital de risco mais cresce. Nos últimos cinco anos, cresceu 117% o número de investimentos em startups na capital de Santa Catarina, segundo o estudo “Rise of The Global Startup City”, do Center for American Entrepreneurship. Até 2012, startups da cidade haviam recebido 6 grandes aportes – esse número subiu para 13 no período entre 2015 e 2017.
Hoje, a estimativa é que a ilha abrigue mais de 900 empresas de tecnologia, segundo a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). “Juntas, as empresas trazem um faturamento de R$ 5,4 bilhões, que é quatro vezes maior do que o retorno que o turismo traz”, disse Daniel Leiptiniz, presidente da Acate, à Exame no ano passado. Consequentemente, as empresas de tecnologia passaram a ter uma importância tão grande quanto o turismo no pagamento de impostos recebido pelo governo da cidade.
Ainda em 2017, Florianópolis foi eleita, pelo terceiro ano consecutivo, a segunda cidade mais empreendedora do país. A classificação foi realizada pelo Índice de Cidades Empreendedoras do mesmo ano, feito pela Endeavor Brasil. A região perdeu apenas para São Paulo, que ainda recebe o maior número de investimento de capital de risco no Brasil, mas mantém um crescimento constante e não acelerado.
Iniciativas de fomento ao ecossistema
A mudança é perceptível no ecossistema de startups catarinense – neste ano, a healthtech Anestech recebeu um aporte de valor não revelado do fundo de capital de risco KICK Ventures. Agora, a healthtech de Florianópolis receberá auxílio dos sócios do fundo para acelerar seu crescimento.
No ano passado, as empresas de tecnologia em saúde – as healthtechs – filiadas ao ACATE de Santa Catarina cresceram 30%, somando o faturamento total de R$ 96 milhões de reais. Dos aportes recebidos, R$ 35 milhões advém de fundos privados (como investimento-anjo) e R$ 39 mil em forma de iniciativas públicas.
Mas Florianópolis não é um local que apenas recebe investimentos – a cidade possui, também, agentes que injetam capital em empresas. Recentemente, em agosto deste ano, a PhoneTrack – empresa curitibana de tecnologia e voz – recebeu um aporte no valor de R$ 3 milhões da Bzplan e FIR Capital, fundos de capital de risco em Florianópolis. A PhoneTrack é a sexta empresa a receber investimentos da Bzplan e FIR Capital juntas.
Além dos fundos, Florianópolis também é sede de incubadoras e aceleradoras. Um exemplo é a MIDITEC, incubadora que tem seu programa gerido pela Associação Catarinense de Tecnologia e mantido pelo Sebrae de Santa Catarina. Com 20 anos de atuação, a incubadora foi considerada a 5ª melhor do mundo pela UBI Global em 2018.
Startups estão expandindo fronteiras
Contando com a disponibilidade de parques tecnológicos, investimentos, incubação e aceleração, Florianópolis foi o berço de startups que estão em pleno crescimento e ultrapassando a fronteira do país. Esse é o caso da Resultados Digitais – criadora da ferramenta de marketing e CRM RD Station. A startup, fundada em 2011, possui mais de 700 funcionários e escritórios em sua cidade natal, São Paulo, Joinville, Bogotá, Cidade do México e San Francisco.
Já no setor de construtech, a Decora, startup que cria cenários customizados de ambientes utilizando realidade aumentada e 3D, foi adquirida por US$ 100 milhões pela empresa global de criação de conteúdo para moda e decoração CreativeDrive. Apenas em 2018, a Decora está trazendo 15 mil modelos de produtos em 3D e 7 mil cenários digitais. A startup possui clientes da América Latina e Estados Unidos, como Bed, Bath & Beyond, Target, Portobello e Mobly.
Os pólos de startups
Florianópolis é a cidade brasileira com maior crescimento de investimentos de capital de risco entre 2010-12 a 2015-17, mas está sendo seguida de perto por outra cidade do Sul: Curitiba. Enquanto o percentual de interesse do venture capital na cidade catarinense aumentou 117%, na cidade do Paraná esse índice foi de 114%. Confira no gráfico.

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