Presidente Prudente: a prova de que governo e startups juntos geram mais inovação

Por João Ortega
26 de abril de 2019 às 18:19 - Atualizado há 3 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
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No Brasil, empreendedores precisam lutar contra a corrente na hora de desenvolver uma startup. Burocracia, taxas e uma cultura de inovação ainda embrionária são obstáculos que desestimulam empresas iniciantes que trazem soluções tecnológicas ao mercado. No entanto, o case do governo municipal de Presidente Prudente comprova que existe uma forma de poder público e startups caminharem juntos em direção a um futuro inovador no país.
Durante o evento GovTech Conference, da StartSe, Rogerio Alessi apresentou o projeto que tornou Presidente Prudente uma das cidades mais inovadoras do estado de São Paulo. Ele é Secretário Municipal de Tecnologia da Informação e presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação da cidade.
Segundo Alessi, o fato de existir diversas Universidades com cursos relacionados à tecnologia no município foi essencial para estabelecer uma “cultura de inovação”. “Não dá para imaginar um ecossistema de inovação sem uma academia forte. Ali está a ciência, o conhecimento, as pessoas qualificadas”, explica. “O ecossistema já existia, porque as pessoas sempre estiveram lá. Faltavam políticas públicas, faltava incentivo”.
O secretário foi um dos responsáveis por elaborar uma lei, que entrou em vigor em 2016, de fomento à inovação. Em linhas gerais, ela aproximou o governo das instituições de ensino superior; facilitou investimentos em startups, pesquisa e desenvolvimento; criou um fundo municipal para ciência e tecnologia; instituiu um selo oficial de inovação; e estabeleceu uma bolsa auxílio para trabalhos em inovação.
Inova Prudente
Os incentivos estabelecidos em lei promoveram o surgimento e o crescimento de diversas startups na cidade. Mas a Secretaria não parou por aí. Para fomentar o ecossistema ainda mais, criaram um espaço físico para integrar startups, empreendedores e pesquisadores.
Assim, em 2017, foi inaugurado o Inova Prudente. Um galpão abandonado foi totalmente remodelado para receber empresas nos moldes dos espaços de coworking que estão se popularizando ao redor do planeta. No Brasil, é o maior estabelecimento do tipo gerido por um governo municipal.
Segundo o site do Inova Prudente, o espaço abriga 120 “coworkers”, 200 pesquisadores e 40 empresas. O local ainda recebe diversos tipos de eventos e palestras relacionados à inovação e promove aceleração, mentoria e “meetups” entre startups e investidores.
Soluções para o governo
Desde a Lei Municipal de Inovação, diversas startups surgiram e tantas outras conseguiram crescer no ecossistema de Presidente Prudente. Além de gerar valor para a comunidade, apareceram soluções que afetaram diretamente o poder público – o que justificou mais ainda o investimento.
É o caso do sistema Orión, desenvolvido por pesquisadores de um batalhão da Polícia Militar. A plataforma reúne dados de ocorrências não criminais em que a polícia é chamada e integra as informações com o portal de atendimento da prefeitura. O cruzamento destes dados acelera o atendimento de ocorrências deste tipo, e o sucesso da solução foi tão grande que hoje o Orión é adotado pela Polícia Militar no estado inteiro.
Outro exemplo de sucesso é a otimização de matrículas em creches através de ferramenta de georreferenciamento. O projeto foi realizado pela govtech Gov18. Os desenvolvedores perceberam que, apesar de haver filas para matrículas em diversas creches na cidade, não faltavam vagas em relação à quantidade de alunos. Com a tecnologia, usaram o endereço de moradia dos alunos e cruzaram com o local das creches para sugerir aos pais três opções próximas. A solução da Gov18 acabou com as filas em 2018.
“Foi tudo uma questão de mudar a cultura das pessoas”, diz Rogerio Alessi. “E isso se faz através de políticas públicas de desenvolvimento”, finaliza.

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