Para o autor de Sapiens, estamos criando uma inteligência não humana, capaz de manipular, inventar religiões e até comandar corporações inteiras — sem líderes humanos.
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3 min
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19 ago 2025
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Atualizado: 19 ago 2025
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Yuval Harari, autor dos livros Sapiens, Homo Deus, 21 Lições para o Século 21 e Nexus esteve no Brasil na última semana. Ele falou sobre inteligência artificial e trouxe uma perspectiva, no mínimo, instigante. Como sempre faz, aliás…
Harari descreve a próxima onda da inteligência artificial como uma “IA alienígena”, uma forma de inteligência que não nasceu da mente humana nem da biologia, mas de algoritmos que aprendem e criam de maneira autônoma. Para ele, isso significa que estamos diante de um novo ator no tabuleiro global, não apenas uma ferramenta.
Essa inteligência não humana poderá pensar de formas completamente diferentes das nossas, desenvolvendo estratégias militares que jamais imaginaríamos, inventando moedas e instrumentos financeiros de complexidade inatingível e até mesmo criando novas religiões e ideologias.
Harari alerta que a imprevisibilidade da IA é o ponto mais delicado: não se trata de uma máquina malévola, mas de algo que pode mentir, manipular e agir em direções que escapam ao nosso controle. Esse risco é amplificado pelo paradoxo da corrida tecnológica, em que empresas e países avançam cada vez mais rápido por medo de ficarem para trás, mesmo conscientes dos perigos.
Em sua visão, é plausível que no futuro existam corporações inteiras comandadas por inteligências artificiais, sem líderes humanos, tomando decisões, movimentando dinheiro e definindo políticas. Isso levanta a pergunta sobre até onde vamos permitir que esses sistemas tenham autonomia em esferas vitais da sociedade.
Para Harari, a questão central não é apenas tecnológica, mas filosófica e ética: inteligência e poder não significam sabedoria ou felicidade, e a humanidade precisa decidir se vai cooperar e estabelecer confiança mútua para enfrentar o desafio. Em última instância, a “IA alienígena” é um espelho do nosso tempo: um avanço extraordinário que pode nos levar a um futuro de inovação sem precedentes, mas também a riscos civilizatórios caso deixemos de lado a responsabilidade coletiva.
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Fundador do StartSe, empresa de educação continuada com sede no Brasil e operações no Vale do Silício e na China. Empreendedor há mais de 10 anos, apaixonado por vendas e criação de produtos. Trabalha todos os dias para "provocar novos começos" através do compartilhamento de conhecimento.
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