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Sequoia e Softbank: o novo Vale do Silício é aqui?

Enquanto o Softbank já é velho conhecido nas rodadas da América Latina, a Sequoia Capital fez investimentos pontuais. Agora, a Sequoia Capital dá seu selo de aprovação para o ecossistema da região e vê potencial similar ao percebido no princípio do Vale do Silício.

Sequoia e Softbank: o novo Vale do Silício é aqui?

sequoia-softbank-o-novo-vale-do-silicio-e-aqui (Fonte: GettyImages)

, Head de Conteúdo na Captable

7 min

12 jul 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Victor Marques

Os investimentos em startups brasileiras somaram US$ 5,2 bilhões no primeiro semestre do ano, um recorde histórico. Os grandes responsáveis pelo volume investido são os grandes fundos de investimento internacionais, que começam a aportar valores cada vez maiores nas startups brasileiras. 

O movimento não deve desacelerar: o Softbank, que já havia anunciado fundo de US$ 5 bi para investir em startups na América Latina, anunciou que planeja investir mais US$ 5 bi na região. A Sequoia Capital, outro megafundo do Vale do Silício, diz que chegou a hora de investir na América Latina, em todos os estágios de startups. O fundo já havia investido no Nubank e no Rappi, mas agora a região parece ter ganhado importância renovada no plano de investimentos futuros da gestora.

SEQUOIA CAPITAL

A Sequoia Capital é um fundo de Venture Capital com um histórico de sucesso invejável, o fundo investiu em empresas que se tornaram gigantes: Apple, Cisco, Google, LinkedIn e PayPal são alguns dos exemplos da mira certeira do fundo americano. A Sequoia Capital, no entanto, costuma focar seus investimentos em quatro regiões: EUA, China, Israel e Índia.

As exceções na América Latina foram a startup brasileira Nubank e a colombiana Rappi. Embora tenha realizado dois investimentos concentrados na América Latina, em apostas que foram certeiras, o fundo americano ainda não tinha declarado interesse na região. Agora, isso mudou: em uma postagem, Doug Leone, sócio da Sequoia, declarou que o fundo passará a olhar para startups da região, do seed ao IPO e além.

Doug explica que, embora não haja planos de abrir um escritório em terras latino-americanas, representantes virão para a região a cada um ou dois meses para encontrar empreendedores que buscam investimento. Na postagem, também explica que a ideia não é fazer muitos investimentos por aqui, a estratégia da Sequoia sempre foi fazer grandes aportes em um pequeno número de startups.

Os motivos para o interesse do fundo - que investiu no Vale do Silício em seu princípio - são inspiradores: segundo Doug, tendo presenciado a mágica que acontece quando o fervor das startups influencia uma comunidade de pessoas inteligentes, ambiciosas e famintas, o resultado é que o sucesso composto começa a ocorrer. O sócio da Sequoia diz que algo semelhante ao que ocorreu no Vale do Silício está no ar na América Latina. Há oportunidades no mercado e o ecossistema está pronto para aproveitá-las.

Falando de dados, a postagem destaca o tamanho do mercado da América Latina: são 600 milhões de pessoas e um PIB de US$ 6 trilhões. Um PIB que é 40% do chinês e o dobro do indiano. Ainda assim, a economia real - bancos, hospitais e infraestrutura - não é satisfatória: de acordo com a OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a qualidade das estradas/infraestrutura é inferior à da China e da Índia; o sistema público de saúde é tão demandado que possuir um plano de saúde privado está no top 3 dos itens de desejo da população; os bancos brasileiros tem uma das maiores taxas de retorno do mundo; e o uso do e-commerce é de 6% devido a falta de inovação em infraestrutura de entregas e o pouco acesso aos pagamentos on-line.

A combinação desses fatores cria um cenário perfeito para que a economia da internet disrupte a economia real. Com uma população relativamente jovem, alta penetração de smartphones e uma das taxas mais altas de engajamento com a internet no mundo (mais de 9h ao dia, comparada a 6,5h nos EUA), a região tem tudo para impulsionar os negócios digitais.

SOFTBANK

Diferente da Sequoia Capital, o Softbank já inclui massivamente startups da América Latina em sua estratégia de investimento - inclusive com fundo dedicado aos negócios da região - desde 2019. À época, o fundo reservou US$ 5 bilhões para investir na região. Hoje, com participação em 6 das 10 maiores startups da região, o fundo LatAm tem taxa interna de retorno de 62%.

O fundo é o player mais ativo na região, tendo participado em rodadas que somam US$ 18,7 bilhões em investimentos. Tendo investido na mexicana Kavak e nas brasileiras 99, Loggi e Loft, o fundo parece estar satisfeito com os rumos que o ecossistema de inovação vem tomando na América Latina. Segundo a Bloomberg, o Softbank se prepara para anunciar um segundo fundo, também de US$ 5 bilhões, dedicado à região. 

POR QUE IMPORTA?

As megarrodadas do primeiro semestre só foram possíveis porque o interesse dos grandes fundos de Venture Capital nas startups brasileiras é crescente. Apesar da participação de fundos de renome internacional não ser novidade em startups da região, os aportes se tornam cada vez mais frequentes e os cheques cada vez maiores.

A Sequoia Capital foi um dos primeiros players a identificar e investir no início do que se tornou o maior pólo de inovação mundial: o Vale do Silício. Hoje, parece óbvio investir na região, mas à época o fundo foi um dos primeiros a enxergar as oportunidades. Agora, o fundo dá seu selo de aprovação para o ecossistema de inovação latino-americano, identificando clima de oportunidade similar ao princípio do Vale do Silício.

As startups costumam levantar valores maiores nas rodadas mais avançadas de investimento. Porém, há como participar da Nova Economia em rodadas mais iniciais, quando mais pessoas têm acesso: a CapTable, plataforma de investimentos em startups da StartSe, já levantou mais de R$ 32 milhões em investimentos, para mais de 30 startups. A plataforma, que já é a maior do Brasil, possibilita investir com valores a partir de R$ 1000 e participar da jornada de crescimento de startups promissoras.

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Imagem de perfil do redator

Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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