A Inteligência Artificial é, ao mesmo tempo, dinheiro, especulação e hype. E segundo a Fast Company, não estamos diante de uma única bolha, mas de três bolhas simultâneas — cada uma com potencial de inflar (e estourar) em ritmos diferentes.
Por que isso importa?
- Risco de excesso: trilhões estão sendo direcionados para data centers, chips e modelos de IA. Se parte dessa infraestrutura ficar ociosa, o “pós-Copa” pode ser amargo, como no caso das obras da Copa de 2014 no Brasil.
- Especulação desenfreada: empresas que surfam a onda, como a Nvidia, dispararam em valor de mercado (US$ 4 trilhões). O problema é quando o trem do hype descarrila, como vimos com os NFTs.
- Exagero narrativo: promessas de “resolver todos os problemas da humanidade” criam expectativas irreais — combustível para bolhas que estouram mais rápido do que foram infladas.
As três bolhas
- Bolha do dinheiro (infraestrutura)
A Microsoft planeja investir US$ 80 bilhões em data centers de IA até 2025. O Google anunciou mais US$ 25 bilhões em servidores nos próximos dois anos. São cifras comparáveis a megaeventos como a Copa de 2014, cujas obras deixaram estádios subutilizados. - Bolha especulativa (mercado)
A Nvidia deixou de ser “só” fabricante de GPUs para se tornar a primeira empresa a romper US$ 4 trilhões em valor de mercado. Investidores seguem a euforia como manada, mas lembranças do colapso dos NFTs mostram como ativos podem despencar da noite para o dia. - Bolha do hype (narrativa)
Frases como “a IA vai curar a calvície” ou “resolver todos os problemas” alimentam expectativas irreais. É a mesma lógica que inflou os óculos inteligentes — vendidos como substitutos dos smartphones e hoje lembrados como produto de nicho.
O maior risco não é que a IA seja “apenas hype”. O perigo é que seja tudo ao mesmo tempo: capital em excesso, especulação de mercado e promessas descoladas da realidade. Essa soma de bolhas torna o ecossistema mais frágil do que aparenta.
O que executivos devem observar
- Capacidade ociosa: empresas podem ficar com ativos bilionários subutilizados quando a demanda desacelerar.
- Mercado inflado: valuations extremos lembram outros ciclos especulativos recentes (NFTs, cripto).
- Separar sinal do ruído: identificar o que é inovação real versus narrativa inflada.
- Planejamento de longo prazo: evitar investir em hype puro — e estruturar como a IA gera ROI sustentável no core do negócio.
O que está em jogo
A IA pode ser a maior transformação tecnológica desde a internet — ou mais um capítulo de promessas não cumpridas. Para líderes, a tarefa não é apostar contra a tecnologia, mas navegar entre bolhas sem ser engolido por elas.
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