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“A FTX deu errado porque era um negócio centralizador"

Para Tim Draper, o Bitcoin e criptomoedas serão uma necessidade para as empresas criarem reservas independentes de dinheiro. Entenda!

“A FTX deu errado porque era um negócio centralizador"

Tim Draper, investidor de capital de risco (Fonte: Startups)

, conteúdo exclusivo

7 min

2 mai 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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De uns tempos pra cá, o tema criptomoedas não tem inspirado tanta confiança junto ao mercado. Na verdade, muita coisa mudou em pouco mais de seis meses. Na abertura do Web Summit 2022, em Lisboa, um dos principais nomes a subir no palco principal foi o líder da Binance, Changpeng Zhao (CZ), que na época tratou de apaziguar os ânimos no pós-colapso da FTX.

Corte rápido para maio de 2023, e o imbróglio da FTX pareceu o início de uma turbulência maior. Inclusive a Binance hoje vive um de seus momentos mais complicados, com o Governo dos EUA fechando o cerco sobre denúncias de violações em operações de derivativos. 

Em meio a isso tudo, o Web Summit Rio mudou o discurso e trouxe a pergunta: as criptomoedas ainda valem a pena?

“O tambor do Bitcoin continua tocando”, cravou o pouco sutil investidor Tim Draper, que subiu ao palco do evento usando uma chamativa gravata com o símbolo da criptomoeda, dando ao público o sinal que ela ainda é uma boa aposta.

“A FTX deu errado porque era um negócio centralizador. Bitcoin não é uma moeda centralizadora”, pontuou Tim, que tem bons motivos para amar a mais conhecida criptomoeda do mercado. Para quem não sabe, em 2014 ele desembolsou cerca de US$ 19 milhões para comprar 30 mil Bitcoins em um leilão – e lucrou mais de US$ 330 milhões com essa aposta.


Necessidade para as empresas

Para ele, o Bitcoin e criptomoedas em geral serão uma necessidade para as empresas criarem reservas independentes de dinheiro, não colocando apenas seu dinheiro em bancos. “Às startups do nosso portfólio, estamos recomendando não apenas colocar o dinheiro em diferentes bancos, mas também em duas ou mais operações de cripto. Temos que criar nosso próprio tesouro”, alerta.

Segundo o investidor, crises como a do Silicon Valley Bank e do First Republic Bank são um sintoma de algo maior, de que mais instituições financeiras podem cair em breve. “As finanças centralizadas, no geral, estão em colapso. Mais e mais bancos devem cair no futuro, e o governo não vai cobrir todos. E isso nos colocará em grandes apuros se não estivermos preparados”, disparou Draper.

Mas voltando ao assunto principal, falando se o Bitcoin e outras criptomoedas podem valorizar ainda mais no futuro, o investidor é otimista, mas tem suas ressalvas. Ele aproveitou para revisar a previsão que fez em novembro passado, durante o Web Summit Lisboa, de que o Bitcoin chegaria na marca de US$ 250 mil em um ano. Atualmente ele vale cerca de US$ 144 mil.

De acordo com Tim, a resistência do mercado às criptomoedas ficou ainda mais dura nos últimos tempos, e o trabalho para recuperar a confiança pode levar um tempo. “Não imagino que isso (valor de US$ 250 mil) venha a acontecer enquanto as pessoas não puderem consumir no dia-a-dia pagando em Bitcoin, e o mercado precisa se abrir para isso”, completa.

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