O que antes era apenas uma tecnologia, se tornou um serviço
Agrotech (foto: Getty)
Por Tainá Freitas
Logística, publicidade, indústria, varejo… São muitos os setores que estão utilizando inteligência artificial no Brasil. Essa mudança tem sido sustentada por uma crescente de ofertas – de acordo com um relatório da Distrito e KPMG, são 702 startups com este foco no país.
A inteligência artificial, que antes era apenas uma tecnologia, se tornou um serviço. Atualmente, a maioria das startups brasileiras do setor trabalham criando soluções personalizadas para cada empresa. Não há um segmento que não possa ser beneficiado, pois a AI atua em duas frentes:
– Estratégia, que impacta na inteligência do negócio com análise de dados e insights.
– Automação, que auxilia na execução de tarefas repetitivas antes feitas por humanos.
Embora o mercado esteja cada vez mais aberto às possibilidades dessas empresas, há setores que estão saindo na frente. Conheça alguns deles:
12,5% das startups brasileiras de inteligência artificial focam em saúde e biotecnologia. A visão computacional da AI pode auxiliar, por exemplo, na análise de exames para detectar anomalias.
Em 2018, um estudo publicado na revista científica Annals Of Oncology mostra que a AI superou médicos da França, Alemanha e Estados Unidos na detecção de imagens de câncer de pele.
No Brasil, a Onkos é uma startup que auxilia em diagnósticos incertos. A companhia une biologia molecular, assinaturas genéticas personalizadas e inteligência artificial.
Há, ainda, espaço para empresas que atuam em outras fases da cadeia – a CogniSigns realiza triagem digital para tratamento de Transtorno do Especto Autista (TEA). Já a Mindify automatiza protocolos de pós-atendimento.
Há – e muito – espaço para a inteligência artificial quando falamos sobre pessoas. Dentre as startups brasileiras, são 10% as que focam em recursos humanos e gestão pessoal. A Jobecam, por exemplo, torna o processo de contratação 100% digital e busca mais diversidade ao possibilitar entrevistas às cegas em vídeos.
Já a Gupy possui a própria inteligência artificial, a Gaia. Guilherme Dias, cofundador da Gupy, afirma que é possível aumentar a eficiência das contratações em até 75% quando a tecnologia é utilizada em todo seu potencial.
Em outra ponta, na atração e retenção de talentos, a Pin People usa AI para medir e melhorar a experiência dos funcionários de empresas.
Se em um contexto a visão computacional pode ajudar em diagnósticos de saúde, na indústria essa mesma visão é útil na contagem e classificação de produtos. Essa é a solução oferecida pela Kajoo Smart Solutions, que atua desde na matéria prima até o resultado final.
Enquanto isso, a Latos é especialista em oferecer sensores para coleta de dados de processos industriais. Dentre as soluções, há a manutenção preditiva, detecção de falhas e estima de variáveis.
E para quem quer tornar indústrias mais tecnológicas, a Pollux desenvolve linhas de montagem automatizadas.
Atualmente, 9,6% das startups de AI brasileiras focam na indústria 4.0.
Por muito tempo, a agricultura se baseou em teorias, tradições e em previsões meteorológicas pouco assertivas para saber quando choveria. Esse cenário está cada vez mais certeiro – e mais tecnológico. A Pluvi.on utiliza inteligência artificial para entender em quais regiões choverá.
Quem também entende a previsão do tempo é a Agrosmart. Mas, além disso, a agrotech monitora e analisa em tempo real como está a lavoura. Já a Agrorobótica realiza a certificação de estoque de carbono em solos e é capaz de medir até mesmo os nutrientes em folhas.
Assim como na indústria, 9,6% das empresas de AI focam na agricultura.
Em geral, startups de inteligência artificial têm se destacado no Brasil. Em 2020, houve o recorde de US$ 839 milhões investidos, distribuídos em 274 rodadas, de acordo com a Distrito. A expectativa é que as soluções dessa natureza continuem crescendo, nos mais variados setores.
O potencial de resultados ao utilizar inteligência artificial é grande, mas, como em toda a tecnologia, é importante lembrar que este é apenas um meio, não o fim. Ela será apenas uma ferramenta. A pergunta certa ao estudar adotar I.A é: qual o seu objetivo?
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