Google em alerta: Samsung negocia adotar Perplexity como motor de busca nos celulares Galaxy

A Samsung está em negociações para adotar a Perplexity AI como motor de busca padrão nos seus smartphones Galaxy e no navegador Samsung Internet. Para o Google, trata-se de uma ameaça real ao seu império — que hoje depende, em grande parte, das buscas feitas por usuários móveis. A informação é do jornal O Globo.

Mas para os executivos atentos às transformações digitais, o ponto mais relevante vai além da disputa de mercado. O que está em jogo é uma mudança profunda no comportamento das pessoas: a forma como interagimos com a internet está migrando da “pesquisa por palavras-chave” para o diálogo com inteligências artificiais.

De ferramenta de busca a assistente de respostas

Ao contrário do Google, que apresenta uma lista de links a serem clicados, a Perplexity oferece uma experiência conversacional: o usuário faz uma pergunta, e a IA responde diretamente, com textos claros, dados atualizados em tempo real e fontes confiáveis listadas no rodapé.

Isso não só economiza tempo, como muda completamente o papel da busca. A pesquisa deixa de ser uma atividade fragmentada e se torna um fluxo de descoberta contínuo, onde o usuário pode refinar sua dúvida com novas perguntas e receber informações contextualizadas, quase como em uma conversa com um especialista.

Esse modelo está ganhando força. Perplexity já atraiu investimentos pesados, inclusive de fundadores da Meta e da Amazon, e vem sendo usada por milhões de usuários em busca de respostas mais rápidas, confiáveis e completas.

O impacto para negócios, marcas e plataformas

Caso o acordo com a Samsung se concretize, o impacto será imediato: a Perplexity estará presente de fábrica em centenas de milhões de dispositivos ao redor do mundo, alterando o destino de uma fatia considerável do tráfego da internet móvel.

Para as empresas, isso tem três implicações diretas:

1. Mudança nas estratégias de SEO e conteúdo: não bastará mais “rankear no Google”. Será preciso produzir informações que a IA considere relevantes, atualizadas e confiáveis para aparecer nas respostas.
    
2. Nova disputa por atenção e influência: as marcas terão de entender como seus dados estão sendo interpretados por inteligências artificiais. O modelo de influência muda do clique para a citação.
    
3. Redesenho de canais e jornadas digitais: se o usuário passa a “conversar” com a internet, as estratégias digitais terão de se adaptar a jornadas mais fluidas, menos lineares e mais personalizadas — algo que afeta desde o marketing até o atendimento.
    

Por que importa?

Se a maior fabricante de smartphones do mundo realmente adotar um motor de busca por IA conversacional, não é apenas o Google que estará em xeque. Todo o ecossistema digital será reconfigurado: da forma como consumidores acessam informações à maneira como empresas se posicionam na internet.

Executivos que entenderem essa mudança antes dos demais estarão mais bem preparados para adaptar seus canais, produtos e estratégias a um novo tipo de consumidor: aquele que não busca, conversa.

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