Tesla quer robotáxis sem motorista, Trump quer dominar a IA, o Reino Unido desafia Apple e Google — e até Sam Altman está repensando os limites do ChatGPT.
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8 min
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24 jul 2025
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Atualizado: 24 jul 2025
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A Tesla está em negociações com autoridades do estado de Nevada para transformar a região em polo de testes e produção em escala do seu aguardado serviço de robotáxis. Embora Elon Musk tenha apresentado o projeto oficialmente apenas para agosto, a Bloomberg revelou que o estado já discute possíveis concessões e estrutura regulatória para viabilizar a operação. A empresa estaria focando na ampliação do complexo Gigafactory e na montagem de linhas dedicadas ao novo veículo autônomo.
Caso o plano avance, a Tesla poderá redefinir não apenas o setor automotivo, mas também o de mobilidade urbana. Robotáxis prometem uma ruptura similar à provocada pela Uber, só que sem motoristas. O impacto no emprego é óbvio, mas também há implicações na infraestrutura urbana, em políticas de transporte público e na regulação de responsabilidade civil. Para investidores, é um sinal claro de que a Tesla quer ser avaliada como uma empresa de tecnologia e serviços, não mais só como uma montadora. Para a sociedade, a questão será: estaremos prontos para confiar a vida a uma IA sobre rodas?
A Proton — conhecida pelos serviços ProtonMail e ProtonVPN — acaba de lançar um assistente de IA que promete um diferencial crítico: segurança total. Batizado de Proton AI, o sistema criptografa todas as interações por padrão, sem salvar históricos nem fazer treinamento com os dados dos usuários. Além disso, o código será parcialmente aberto à comunidade, permitindo auditoria e maior transparência.
Num mundo onde a privacidade virou luxo, essa abordagem coloca a Proton na contramão de gigantes como OpenAI e Google, que centralizam e mineram dados para treinar seus modelos. Para o mercado, isso significa o surgimento de um nicho de IA privativa, algo que pode crescer especialmente entre profissionais, empresas e governos. A Proton também acena para um futuro em que inteligência artificial e soberania digital não precisam ser forças opostas, uma lição que a Europa já tenta ensinar ao mundo, mas que até agora encontrava poucas alternativas viáveis.
Em discurso recente, Donald Trump anunciou um ambicioso plano para colocar os Estados Unidos novamente à frente na corrida da inteligência artificial. Entre as promessas, estão incentivos fiscais bilionários para empresas do setor, desburocratização de pesquisas em universidades e até uma “task force” nacional de segurança em IA. O presidente também atacou a China, classificando o avanço chinês na área como “ameaça existencial à liberdade global”.
Mais do que retórica de campanha, o anúncio acende o alerta sobre a transformação da IA em ferramenta geopolítica. Uma nova Guerra Fria — agora algorítmica — parece estar em curso. Se o plano for implementado, os EUA poderão ditar padrões globais em IA, o que inclui desde normas éticas até infraestrutura computacional. Por outro lado, uma corrida desenfreada por vantagem estratégica pode acelerar a erosão de princípios como privacidade, governança aberta e controle social sobre a tecnologia.
A Autoridade de Mercados e Concorrência do Reino Unido (CMA) anunciou medidas para limitar o domínio de Apple e Google nos ecossistemas móveis. As ações visam reduzir as barreiras à entrada de concorrentes, obrigando maior interoperabilidade entre lojas de apps e promovendo liberdade de escolha em mecanismos de busca, assistentes virtuais e serviços pré-instalados. O regulador britânico também defende maior transparência nos algoritmos de ranqueamento e cobrança de comissões.
Essa movimentação ecoa o que já se vê na União Europeia, com o Digital Markets Act, e nos EUA, com discussões em torno do monopólio digital. O controle das plataformas móveis se tornou um dos pontos centrais da economia digital, e o Reino Unido tenta evitar que dois players concentrem a distribuição de apps, dados de usuários e decisões editoriais. O desdobramento pode influenciar outros países a adotar posturas semelhantes, em um novo ciclo de fragmentação regulatória — o que exigirá das empresas estratégias localizadas e maior compliance tecnológico.
Sam Altman, CEO da OpenAI, deu uma declaração polêmica: segundo ele, é “assustador” ver como jovens estão cada vez mais dependentes do ChatGPT para responder a tudo, até mesmo questões triviais. Embora seja líder de uma das empresas mais influentes da era da IA, Altman defendeu o uso consciente da tecnologia, destacando que o modelo atual ainda erra muito e que o pensamento crítico está em risco.
O alerta é pertinente: estamos normalizando o outsourcing cognitivo. Se, por um lado, os LLMs representam uma ferramenta poderosa de produtividade, por outro, seu uso irrestrito pode enfraquecer habilidades humanas essenciais, como curiosidade, memória e julgamento. Essa fala do próprio Altman pode ser lida como autocrítica — ou como um aviso de que mesmo os arquitetos da nova era digital não têm todas as respostas. Em tempos de assistentes onipresentes, talvez a pergunta mais relevante seja: o que ainda vale a pena pensar por conta própria?
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Fundador do StartSe, empresa de educação continuada com sede no Brasil e operações no Vale do Silício e na China. Empreendedor há mais de 10 anos, apaixonado por vendas e criação de produtos. Trabalha todos os dias para "provocar novos começos" através do compartilhamento de conhecimento.
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