"Estamos na terceira onda da IA", diz CEO da Salesforce
Dreamforce 2025
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8 min
•
23 out 2025
•
Atualizado: 23 out 2025
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Por Grazielle Sbardelotto*
Se o último Dreamforce nos apresentou a promessa dos agentes de IA, a edição de 2025 cravou uma certeza: a "Agentic Enterprise" não é mais uma visão de futuro, mas o novo padrão de como as empresas irão operar, inovar e, principalmente, se relacionar com seus clientes.
A mensagem de Marc Benioff, CEO da Salesforce, foi direta: estamos vivendo a "terceira onda da IA", uma era de agentes inteligentes que estabelece um patamar inédito de precisão e relevância.
Agentforce: O Cérebro da Operação
O protagonista do evento foi, sem dúvida, o Agentforce. A plataforma foi posicionada como o sistema nervoso central da empresa agêntica, um hub que conecta todas as nuvens — Sales, Service, Marketing, Commerce e Data — para permitir que agentes de IA colaborem entre si e com as equipes humanas. A Salesforce se posicionou como "customer zero", demonstrando como a própria empresa já utiliza suas inovações para otimizar processos.
Os resultados são impressionantes: mais de $100 milhões em economia com suporte e um aumento de 15% no pipeline de vendas através do site. A demonstração prática do potencial foi o ponto alto. Usando exemplos de gigantes como William Sonoma, Pandora, Pepsico, FedEx e Dell, a Salesforce mostrou como o Customer 360 permite criar um atendimento fluido e hiper-personalizado.
Vimos um agente de IA que não apenas resolve um problema, mas antecipa desejos e cria uma experiência conectada. Isso não é apenas sobre melhorar o relacionamento; é sobre impulsionar o crescimento do negócio com conexões mais profundas e significativas.
A Revolução Começa nos Dados: Nenhuma estratégia agêntica sobrevive sem uma base de dados sólida. Aqui, o Data 360 (a evolução do Data Cloud) mostrou seu valor como a camada de inteligência que alimenta toda a plataforma. Sua capacidade de integrar e harmonizar dados de múltiplas fontes, incluindo os não estruturados através do chamado “Intelligent Context”, é o que permite aos agentes atuarem com precisão.
Um dos temas mais comentados foi a arquitetura “Zero Copy”, que permite ao Data 360 acessar e utilizar dados de fontes externas sem a necessidade de copiá-los para dentro da plataforma. Para reforçar a centralidade dos dados, Michael Andrew, CDO da Salesforce, foi direto ao ponto durante nossa conversa: "o agente é tão inteligente quanto os dados que o alimentam." Essa frase resume por que a arquitetura "Zero Copy" e a robustez do Data 360 não são detalhes técnicos, mas o alicerce para a confiança e eficácia da "Agentic Enterprise".
Democratizando a Inovação com IA
Duas outras inovações merecem destaque:
● Agentforce Vibes: Uma ferramenta que permite a criação de agentes e funcionalidades usando linguagem natural. É uma virada de chave que democratiza o desenvolvimento, permitindo que profissionais de negócio criem soluções de IA sem depender exclusivamente de equipes técnicas.
● Slack como "Agentic Home": O Slack foi consolidado como o "sistema operacional" da empresa agêntica. Deixou de ser apenas uma ferramenta de comunicação para se tornar a interface onde os dados do CRM ganham vida e as interações com os agentes acontecem de forma natural.
O Fator Humano: O Agente por Trás do Agente
Em meio a um oceano de discussões sobre IA, a palestra de Mel Robbins serviu como um poderoso lembrete do elemento mais crucial: o humano. Com sua energia contagiante, Robbins ensinou o público a superar a hesitação e a autossabotagem para agir.
A conexão com o tema do evento foi brilhante. Enquanto a Salesforce apresentava um futuro movido por agentes de IA (Agentforce), Mel Robbins nos ensinava a sermos melhores agentes humanos. A mensagem dela sobre "parar de esperar e começar a fazer" é o paralelo perfeito para a "Agentic Enterprise": a tecnologia só atinge seu potencial máximo quando as pessoas que a utilizam estão capacitadas a agir.
Essa mudança de paradigma ficou ainda mais clara em uma conversa que tive com Bobby Jania, CMO de Marketing Cloud. Ele resumiu o novo momento do marketing perfeitamente: "O futuro do marketing não é sobre enviar mensagens; é sobre iniciar conversas. O agente é quem escala essa conversa, tornando-a pessoal para milhões."
Essa citação encapsula o fim da era do "no reply": a tecnologia é usada para dialogar com cada cliente de forma individual e relevante.
Conclusão: por que isso importa?
O Dreamforce 2025 deixou claro que a discussão não é mais se devemos usar agentes de IA, mas como vamos integrá-los para criar valor. A "Agentic Enterprise" é um ecossistema onde a colaboração entre humanos e IA gera uma experiência do cliente mais inteligente, responsiva e, acima de tudo, autêntica.
Para o ecossistema de marketing e CRM, o desafio é claro: precisamos abraçar essa nova era, experimentar rápido e colocar o cliente no centro de uma estratégia onde a tecnologia não substitui o toque humano, mas o amplifica.
Os agentes de IA não são mais uma promessa; são os protagonistas da transformação de hoje.
Grazielle Sbardelotto é sócia e VP de Marketing Cloud Services na Pmweb. Com mais de quatorze anos de experiência em CRM e marketing digital, pós-graduada em Administração e Marketing pela Universidade da Califórnia (UCLA), lidera áreas técnicas e de negócio para apoiar os clientes no sucesso através da melhor combinação entre tecnologia e marketing.
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