Por Roger Cara, responsável por experimentos de inovação e pela condução de POCs com startups do Stormia, hub de inovação da Seguros Unimed
Imagem: Pexels
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5 min
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27 ago 2025
•
Atualizado: 27 ago 2025
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É comum nos surpreendermos com a impressionante velocidade do avanço tecnológico, especialmente, entre as gerações mais antigas, que cresceram em um mundo com acesso limitado a tecnologias, que hoje são de fácil acesso, como computadores, telefones e TVs. Para muitas dessas pessoas seria impossível imaginar que um dia iríamos carregar no bolso um dispositivo capaz de substituir computadores.
E se eu te dissesse que essa evolução foi prevista lá em 1965? Isso mesmo, a Lei de Moore, proposta por Gordon Moore nesta data, previa que o número de transistores em um chip dobraria a cada dois anos, o que significava computadores cada vez mais rápidos, menores e acessíveis. E por muito tempo, essa previsão se confirmou. Foi isso que permitiu transformar computadores que ocupavam salas inteiras em dispositivos que, atualmente, cabem no bolso.
Só que tem um detalhe: essa evolução tem um limite!
Chegamos num ponto em que os transistores estão tão pequenos que já começam a ser afetados pelas leis da física quântica, ou seja, a tecnologia atual está esbarrando nos seus próprios limites. E é aí que entra a computação quântica: uma nova maneira de pensar e processar informações. Não é só um "computador mais rápido", é um verdadeiro salto de paradigma.
Mas qual a diferença entre o computador normal e o quântico?
Na computação tradicional, tudo é construído com bits, unidades que só podem estar em um de dois estados: 0 ou 1. Toda informação digital que usamos, de websites a planilhas, é codificada desta forma.
Já na computação quântica, a menor unidade de informação é o qubit (bit quântico). A grande diferença é que um qubit pode estar em 0, em 1 ou em uma superposição de ambos ao mesmo tempo.
Isso quer dizer que enquanto um computador tradicional faz um cálculo de cada vez, o quântico pode fazer vários ao mesmo tempo, graças à superposição. Imagina testar todos os caminhos possíveis de uma vez só, é isso que ele faz.
Outro conceito central da computação quântica é o emaranhamento quântico. Quando dois qubits estão entrelaçados, o estado de um afeta instantaneamente o estado do outro, independentemente da distância.
Mas calma, ainda há muito a evoluir! Empresas como Google e IBM já têm protótipos funcionando, porém construir computadores quânticos estáveis e acessíveis ainda é um grande desafio. Os qubits são muito instáveis e exigem condições extremas, como temperaturas em quase zero absoluto. Apesar disso, o progresso tem sido rápido e essa tecnologia possui o potencial de resolver problemas que são considerados complexos ou impossíveis, especialmente em áreas da saúde, mas também em setores como finanças, logística, energia e cibersegurança.
Alguns exemplos?
- Simulação molecular e descoberta de medicamentos;
- Otimização de portfólios de investimentos;
- Logística e cadeias de suprimentos (otimização de rotas);
- Criptografia quântica;
- Otimização de sistemas energéticos.
O que não faltam são exemplos de aplicações da computação quântica, mas o mais bacana é que a computação quântica também está sendo testada aqui no Brasil. Neste ano, o Hospital Israelita Albert Einstein criou um grupo de pesquisa para avaliar como essa tecnologia pode trazer avanços ao setor de saúde e melhoria no diagnóstico de doenças.
Mas enquanto os desafios dessa tecnologia ainda não são superados, o que nos resta é torcer pela rápida evolução e acompanhar de perto a história sendo feita.
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