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Como a China está mudando o consumo no Brasil

O impacto de Shein, TikTok Shop, Shopee e Temu nos hábitos de compra do consumidor brasileiro.

Como a China está mudando o consumo no Brasil

Foto: IA

, redator(a) da StartSe

8 min

24 set 2025

Atualizado: 24 set 2025

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Você sente que algo mudou no comportamento do consumidor brasileiro, mas não sabe exatamente apontar o que é?
A resposta não está no mesmo eixo que dominou os negócios nos últimos 50 anos. Ela veio do outro lado do mundo.

O centro da inovação global, antes concentrado no eixo América-Europa, deslocou-se para a China. E essa mudança não aconteceu com fanfarra ou discursos, mas de forma silenciosa e consistente, transformando a maneira como os brasileiros compram, decidem e se relacionam com as marcas.

A revolução que não chegou pelas manchetes

Muitos líderes ainda olham para seus dashboards tradicionais e não percebem o que já está acontecendo no dia a dia dos consumidores.

A verdadeira revolução não aparece no relatório trimestral: ela se manifesta no carrinho de compras digital, no tempo de entrega, no hábito de assistir a uma live de vendas, no uso cada vez maior de plataformas sociais para comprar, e não apenas para se entreter.

Não foi a China que “chegou” ao Brasil. Foi o Brasil que já se tornou chinês em seus padrões de consumo.


Não é tecnologia, é mentalidade

No Ocidente, inovação ainda é tratada como evento: ciclos de planejamento, protótipos demorados, testes de mercado extensos.
Na China, inovação é mentalidade: lançar rápido, testar em tempo real, corrigir no dia seguinte.

Não se trata apenas de copiar tecnologia, mas de desenvolver modelos de negócio enraizados no pragmatismo e na conveniência.


O tripé da nova lógica chinesa

O que sustenta esse poder?

Modelos de negócio inovadores (C2M, F2C, OMO, Live Commerce, Group Buy).

Ecossistemas digitais colossais, como Alibaba, Tencent, ByteDance e Meituan.

Guanxi, o algoritmo invisível da confiança, que conecta pessoas, marcas e governo em uma rede relacional poderosa.

Esse tripé explica a velocidade com que empresas chinesas não apenas crescem, mas reeducam mercados inteiros.

O Brasil como laboratório estratégico

Não é por acaso que plataformas como TikTok Shop, Shein, Temu e Shopee escolheram o Brasil como prioridade.
Temos escala populacional, apetite digital e diversidade cultural que fazem do país um campo de provas global.

O consumidor brasileiro é curioso, aberto a experimentar e tolerante ao novo. Por isso, ele se torna aluno aplicado dessas plataformas e, ao mesmo tempo, material de teste.


A pedagogia invisível do consumo

Essas empresas não apenas vendem. Elas ensinam novos hábitos.
Ensinaram que entrega pode ser mais rápida.
Ensinaram que preço pode ser menor.
Ensinaram que diversão e compra podem andar juntas.

O resultado é que o consumidor brasileiro já espera essas mesmas condições de todas as marcas. Mesmo da sua.


O peso do preconceito

Ainda escuto muitos líderes dizendo:

“Chinês só copia.”
“Produto chinês não tem qualidade.”

Mas essa é uma visão ultrapassada.
Hoje, a China lidera em mobilidade elétrica, inteligência artificial aplicada, ecossistemas integrados e social commerce.
Enquanto alguns executivos brasileiros ainda discutem se “vale a pena testar”, essas empresas já testaram, erraram, ajustaram e escalaram em semanas.

O atraso não é tecnológico. É mental.


A disrupção invisível

Essa transformação não acontece de forma estrondosa.
Ela se infiltra em pequenas mudanças de hábito que, somadas, reconfiguram o mercado.

Quando o cliente descobre que pode comprar em um clique no TikTok, não aceita mais passar por dez telas em outro site.
Quando recebe sua encomenda em 24 horas pela Shein, questiona porque a loja local demora cinco dias.
Quando assiste a uma live que o entretém e o engaja, não entende por que outra marca ainda tenta vender por um banner frio.

 

Quem é, afinal, seu concorrente?

Você ainda está se comparando ao competidor da esquina?
A disputa não é mais entre lojas de um mesmo bairro.
É entre modelos de negócio locais e plataformas globais que operam com capital abundante, escala tecnológica e cultura de experimentação.

Seu cliente está sendo educado por eles. O que você está fazendo a respeito?


O Brasil virou chinês (sem perceber)

É duro admitir, mas é fato: o Brasil já é chinês no consumo.
As regras do jogo mudaram.
As expectativas do cliente mudaram.
As armas de competição mudaram.

A questão é: você vai continuar jogando pelas regras antigas ou vai aprender a competir no novo tabuleiro?

O chamado para um novo RADAR

Diante desse cenário, não basta reagir. É preciso antecipar.
Foi por isso que criamos o conceito do R.A.D.A.R.

Ritmo: velocidade como linguagem.

Atrito Zero: jornada sem barreiras.

Dados: algoritmos e IA como motor de personalização.

Atenção: experiência social e gamificada.

Relevância: obsessão contínua pelo cliente.

Esse é o seu novo sistema de leitura estratégica.

Visibilidade se compra, relevância se constrói

A maior armadilha é confundir visibilidade com relevância.
Visibilidade você compra com mídia paga.
Relevância você conquista com presença consistente, conexão emocional e entrega real de valor.

E relevância, como vimos, é uma maratona feita de sprints diários.

O jogo já começou

Não há mais tempo para esperar relatórios trimestrais.
O cliente não espera. O mercado não espera.
O algoritmo não espera.

Quem capta os sinais cedo se antecipa. Quem ignora, corre atrás com desconto.

O futuro já está aqui

O consumidor brasileiro já entrou no novo jogo.
Ele não vai desaprender a comprar mais barato, mais rápido, mais divertido.
A questão é: sua empresa vai acompanhar ou vai ser esquecida?

A celebração (e o desafio)

Este não é um livro sobre a China.
É um livro sobre o Brasil que você vive hoje.
Sobre como sua empresa pode aprender, adaptar e prosperar em um mundo sob nova direção.

Porque o futuro não pertence a quem sabe tudo.
Pertence a quem aprende mais rápido.

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Imagem de perfil do redator

Sócio da StartSe com negócios no Vale do Silício e China, 20 anos Executivo de Grandes Cias, nas áreas estratégica, inovação, transformações digital e cultural nos negócios em que atuou. Investidor e Conselheiro de empresas.

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