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Como a Bdoo quer fazer entrega como serviço, mas sem ser aplicativo de entregas

Criada pelo fundador da Scoo, Bdoo quer conectar geradores de demanda, mão de obra e quem oferece modal em uma plataforma tecnológica

Como a Bdoo quer fazer entrega como serviço, mas sem ser aplicativo de entregas

Como a Bdoo quer fazer entrega como serviço, mas sem ser aplicativo de entregas (Foto: divulgação)

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Denis Lopardo teve um papel ativo na “era de ouro” dos patinetes no Brasil. Aliás, ele foi um dos primeiros a pegar pás e picaretas para explorar o ouro que se acreditava existir nesse mercado. Com a Scoo, ele primeiro explorou o aluguel direto para pessoas, depois, quando rios de dinheiro foram direcionados aos concorrentes, ele virou para o mercado das empresas.

A estratégia se pagou com contratos com iFood, CCR e VR. Mesmo durante a pandemia o negócio avançou. Mas no fim de 2020, quando um dos sócios resolveu comprar a participação dos outros (e se aventurar novamente no mundo B2C), Denis entendeu que era hora de sair da operação.

Ao longo de 2021 então, ele passou a se dedicar a um novo projeto: conectar as diferentes pontas envolvidas no segmento de entregas – restaurantes, varejistas, entregadores, marketplaces e fornecedores de modais de transporte. Nascia assim a Bdoo (lê-se bídu).

A proposta é ser uma base tecnológica, um delivery as a service para quem quer operar um serviço de entregas. “A Bdoo é um meio digital que transaciona tudo dentro do ecossistema. Desde demanda até mão de obra e produto”, explica Denis, reforçando a ideia de que a Bdoo não é um aplicativo de entregas.

Um restaurante pode contratar a plataforma completa da Bdoo para montar um aplicativo próprio, que usa a rede de operadores logísticos conectada a ela. Esses entregadores ainda podem usar bicicletas elétricas, patinetes, ou qualquer outro meio de transporte que ela ofereça.

Ao mesmo tempo, um estabelecimento, ou um outro varejista, também pode contratar pedaços da oferta e integrar isso ao que já opera por meio de marketplaces.   

O negócio

A companhia tem 3 sócios: o próprio Denis, Priscila Fecchio (sua esposa), e Everson Assunção, os dois vindos do Sem Parar. O investimento feito na operação até agora é de R$ 5 milhões.

De acordo com Denis, o objetivo para os próximos 18 meses é dobrar a base de clientes a cada semestre. Hoje ela já atende restaurantes de redes e de bairro em São Paulo, Belo Horizonte, Rio e no Distrito Federal.

A equipe tem um número que flutua entre 20 e 60 pessoas já que a operação é formada por squads e projetos sob demanda. Ao longo dos próximos 18 meses a meta é ter uma elasticidade, como Denis caracteriza, de 30%.

Segundo ele, há um grande potencial de crescimento tendo em vista que a maior parte do mercado de entregas não está dentro de um aplicativo. “Só 25% do mercado está em alguma plataforma. O restante ainda entrega na ligação para a pizzaria, com um entregador que o cara paga uma diária pra ele, não tem uma plataforma. Então se a gente não quiser bater com ninguém que já faz isso hoje, tem um universo absurdo pra gente crescer. E sempre pensando no resto do Brasil, que tem uma demanda enorme”, avalia.

Sustentabilidade

Segundo Denis, a preferência na oferta de modais será pelas opções elétricas. Mas não vai haver exclusividade. A opção é do freguês. “Se ficar batendo muito na tecla de só sustentável, não vai criar ponte. Você começa com o que o mercado pede hoje, e que está cada vez menos acessível com o aumento da gasolina etc., e oferece o modal sustentável ao cliente. A convergência vai levar tempo. Para distâncias curtas o elétrico é muito mais eficiente. Mas você tem que sair da discussão da coisa e olhar a jornada. O que casa com cada momento”, diz.

Em maio, a Bdoo anunciou um acordo com a E-Moving para oferecer essa opção a eles. Ontem, a própria E-Moving apresentou uma parceria com a Watts (comprada pela Multilaser) para incluir motos elétricas em suas ofertas.      

Segundo ele, um dos grandes objetivos é atender pequenos comerciantes, que não estão no radar das grandes plataformas, ou não conseguem arcar com os custos de estar dentro de um aplicativo. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que o custo para um pequeno restaurante vender em um aplicativo seja de 40% do que ele vende. Isso significa que ele precisa aceitar ganhar menos, ou aumentar os preços para compensar e correr o risco de vender menos.

“Você pega uma comunidade, faz girar com essa plataforma essa geração de demanda lá dentro. Uma pastelaria do Capão Redondo, em São Paulo, que não conseguiria ter uma plataforma agora tem. O entregador de lá, que viria para a Zona Sul, que é onde tem demanda, ele fica por ali, ganha em qualidade de vida. “, diz.

Falando em Abrasel, Denis tem trabalhado muito próximo da associação no desenvolvimento do projeto do Open Delivery. “Somos a 1ª empresa do Brasil com um aplicativo desenvolvido em cima do protocolo”, afirma. Segundo ele, essa atuação tem ajudado a abrir portos em possíveis clientes, uma vez que a própria assoaciação tem indicado a Bdoo para empresas que querem entender como o Open Delivery funciona na parte de logística.

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