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Como a Amaro se tornou uma empresa carbono negativo

Dominique Oliver, CEO da companhia, conta, em entrevista, os passos dados pela empresa para atingir a meta -- e adianta quais serão as próximas

Como a Amaro se tornou uma empresa carbono negativo

, jornalista da StartSe

8 min

10 ago 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Tainá Freitas

Em 2018, a bicicleta se tornou um dos veículos de entregas da AMARO em São Paulo. Já em 2019, a companhia criou um Comitê de Sustentabilidade. Em 2020, passou a revisar o impacto de seus processos de produção; e em 2021, se tornou uma empresa carbono neutro.

Foi um longo processo até que a AMARO se tornasse uma companhia carbono neutro, como são chamadas as empresas que compensam toda a pegada de carbono que possuem. Neste caso em específico, a compensação foi feita em dobro.

“Nós calculamos emitir 15 mil toneladas de CO² ao longo de todo o ano de 2021 e escolhemos neutralizar o dobro através da compra de crédito de carbono. Escolhemos dessa forma para ser 100% carbono negativo, não apenas neutro”, explica Dominique Oliver, CEO e fundador da Amaro, em entrevista à StartSe. 

A compra de crédito de carbono foi realizada através da MOSS Earth, investindo especificamente no Projeto Fortaleza Ituxi, no Amapá, e na Biofílica, em apoio ao projeto de coleta de biogás em aterros sanitários.

POR QUE SE TORNAR CARBONO NEUTRO?

O ESG (sigla para Environmental, Social and Governance - na tradução: ambiental, social e governança) nunca esteve tão em alta. As empresas e a sociedade em geral estão começando a se movimentar a favor da Agenda 2030, um plano de ação global firmado em 2015 pela ONU.

Neste período, foram estabelecidos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas a serem cumpridas até 2030 por governos, empresas privadas e pela sociedade em geral. O impacto disso já estava sendo sentido na Amaro. 

Em uma pesquisa, a empresa identificou que 64% de seus clientes querem viver uma vida mais sustentável. “No entanto, eles acreditam que é muito complexo saber, no dia a dia, nos e-commerces ou supermercados, quais produtos têm menor impacto ambiental”, conta Oliver. No Brasil, a Nude, foodtech especializada em aveia, já está trazendo o impacto em carbono de cada caixa de lente vendida. A iniciativa é chamada de “rotulagem climática”.

“Nos Estados Unidos e Europa, muitas empresas já possuem uma filosofia completa quando falamos de ESG. A Patagonia [marca de roupas esportivas] e a Reformation [marca de roupas] são exemplos incríveis. Nós também estudamos players brasileiros, como a Natura e a Suzano, na mandeira de reportar, apurar e criar relatórios”, explica o CEO da Amaro. O relatório de sustentabilidade da empresa pode ser conferido aqui.

RAIO-X DA SUSTENTABILIDADE

A Amaro calculou sua pegada de carbono de forma direta e indireta (incluindo o transporte dos funcionários aos escritórios, por exemplo) com a ajuda da consultoria especializada Green Solutions. 

“É um desafio enorme realizar o mapeamento do impacto de toda a cadeia produtiva. É um cálculo muito profundo para entender o impacto de cada tipo de tecido, o uso de água. Algumas indústrias não possuem a informação, diferente de um fornecedor local, que pode mensurar de forma mais simples”, conta o CEO da AMARO.

O maior gargalo encontrado foi em matéria-prima. 11% é de transporte (da matéria-prima até as fábricas, etc); 6% é manufatura, 2% é de distribuição (entrega para o cliente) e 1% de armazenamento nos Centros de Distribuição.

SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA

A companhia já está substituindo alguns insumos por outros mais sustentáveis. São exemplos: algodão comum pelo orgânico, viscose certificada, diminuição de uso de água na produção e lavagens dos jeans.

“A matéria-prima mais sustentável, biodegradável, ainda é mais cara, porque há um menor volume na manufatura se comparado com algodão e viscose tradicional. Na AMARO, não aumentamos os preços, mas a expectativa é que o custo diminua nos próximos anos, pois terá uma escala para funcionar”, prevê Dominique Oliver.

Com a virada de chave para uma empresa 100% carbono neutro, a AMARO criou uma nova categoria de produto no site e aplicativo: “sustentáveis”. Ali, ficam reunidos os produtos que se diferenciam por essa qualidade. Em algumas descrições dos produtos, os clientes podem encontrar a pegada de carbono de cada peça e porque isso é importante.

Foto: divulgação/Amaro

A blusa de Tricoline acima, por exemplo, é sustentável pois “foi confeccionada através de técnicas de produção que minimizam significativamente o uso de água durante seu processo de acabamento”. A descrição também informa que são emitidos 4,2 kg de carbono para produzir, armazenar e enviar o produto.

PRÓXIMAS METAS

Em 2021, além de compensar o dobro da emissão de CO² e se tornar carbono neutra daqui pra frente, a Amaro planeja integrar 150 marcas parceiras sustentáveis até o final do ano. Para 2022, a expectativa é de diminuir a pegada de carbono em 10%.

Em 2023, a meta é eliminar 100% do plástico virgem de produtos de moda. Atualmente, a companhia tem substituído o plástico virgem usado nas embalagens por sacos feitos de plástico reciclável do litoral brasileiro.

Neste mesmo ano, há ainda a intenção de utilizar 100% de viscose certificada. Já em 2026, em cinco anos, o objetivo é ter 50% da coleção feita de materiais sustentáveis. “Uma vez que está tudo mensurado, é mais fácil colocar metas”, conta o fundador da AMARO.

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Imagem de perfil do redator

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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