A próxima revolução da IA está no seu dedo: conheça a startup lançada por ex-funcionários da Meta

Durante décadas, a interação com a tecnologia foi guiada por telas, teclados e toques. Agora, uma nova geração de dispositivos tenta redefinir essa relação: fala, gesto e presença parecem ser as novas interfaces.

Depois de pingentes, pulseiras e cartões inteligentes, surge uma aposta minimalista: um anel que ouve, processa e entende você.

Criado pela Sandbar, startup fundada por dois ex-funcionários da Meta especializados em design de interface, o Stream é descrito como “um mouse para voz”. Pequeno, leve e intuitivo, ele permite gravar pensamentos, conversar com um assistente de IA e até controlar músicas com gestos sutis.

O CEO da Sandbar, Mina Fahmi, contou ao Techcrunch que a ideia nasceu de uma frustração pessoal. Quando começou a testar grandes modelos de linguagem, percebeu que o próprio celular, símbolo da hiperconectividade, se tornava uma barreira para registrar ideias espontâneas.

“Muitas das minhas ideias surgem quando estou caminhando. Não quero pegar o celular ou gritar com meus fones de ouvido. Queríamos capturar um pensamento no exato momento em que ele surge”, explicou Fahmi.

O resultado é um hardware conversacional: o microfone do Stream só é ativado quando o usuário pressiona o touchpad do anel, o que garante privacidade e controle. Ele é sensível o suficiente para captar até sussurros, e o conteúdo é automaticamente transcrito e organizado em um aplicativo com IA integrada.

O sistema também permite revisar conversas e ideias em uma linha do tempo interativa e até personalizar a voz do assistente para que soe parecida com a do próprio usuário.

IA, design e experiência humana

A Sandbar foi fundada por Fahmi e Kirak Hong, ex-Google e especialista em interfaces neurais que trabalhou na CTRL-Labs (adquirida pela Meta em 2019). Ambos têm histórico em design de interação humano-computador, e essa bagagem se reflete na proposta do Stream: reduzir o atrito entre pensar, registrar e agir.

O dispositivo ainda conta com funções de controle de mídia, respondendo a gestos como deslizar ou pressionar para tocar, pausar ou ajustar o volume, algo útil em movimento, sem precisar tirar o celular do bolso.

A corrida dos dispositivos de IA vestíveis

O Stream entra em um mercado competitivo, com nomes como Friend, Limitless, Bee (Amazon) e Taya, todos explorando formas de integrar IA à vida cotidiana por meio de wearables. Mas o diferencial da Sandbar está na simplicidade e foco na captura de ideias, não em criar um “companheiro digital”.

O produto chega ao mercado com pré-venda a partir de US$ 249 (versão prata) e US$ 299 (versão ouro), com entregas previstas para o próximo verão no hemisfério norte. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

Por que importa

O Stream é um experimento sobre o futuro da interação humana com a IA. Se o celular foi a interface da internet e o smartwatch a do corpo, os wearables de voz podem se tornar a interface da mente,  conectando pensamento, intenção e ação em um único gesto.

A corrida por chips e modelos pode dominar as manchetes, mas a próxima disputa pode ser silenciosa. Fica o questionamento: quem dominar o design da experiência entre humanos e máquinas dominará a próxima era da IA? 

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Acabamos de ver: o futuro da interação homem-máquina já começou. Anéis que capturam pensamentos, pulseiras que interpretam gestos, pingentes que entendem sua voz. A IA está saindo das telas e entrando no corpo.

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