Uma pesquisa da Michael Page mostra que 53% dos profissionais de tecnologia no Brasil estão insatisfeitos com seus salários. O índice não apenas ultrapassa a média global (36%), como também supera a da América Latina (47%). O dado desmonta a ideia de que o setor de tecnologia é um refúgio de estabilidade e reconhecimento. Pelo contrário: revela um abismo entre expectativa e realidade.

A solução não é “pagar mais” como resposta automática, mas reconstruir a forma como empresas enxergam carreira. 

Reconhecimento não pode ser episódico, precisa ser sistêmico. O contraintuitivo aqui é simples: reter talentos não é sobre dar aumentos, mas sobre dar direção e sentido na carreira das pessoas.

Leia algumas das lições corporativas que são caminhos para essa realidade.

Donald Trump reuniu líderes de grandes empresas de tecnologia, incluindo Elon Musk, em um jantar nos jardins da Casa Branca. O gesto vai além do simbolismo: sinaliza a tentativa de aproximação com CEOs de companhias que concentram não apenas capital, mas também poder sobre infraestrutura digital, inteligência artificial e opinião pública.

O encontro ilustra uma tendência clara: governos percebem que sua capacidade de regular e influenciar o rumo tecnológico depende, cada vez mais, da relação direta com as big techs.

Para Trump, é um movimento estratégico: mostrar que tem acesso aos gigantes do Vale do Silício pode fortalecer sua narrativa de liderança econômica.

Por outro lado, a proximidade excessiva entre governo e empresas de tecnologia pode gerar conflitos de interesse e dificultar regulações mais duras. A pergunta que fica é se esse alinhamento servirá ao interesse público ou se consolidará ainda mais a simbiose entre política e capital digital.