Acessar capital e ganhar escala, especialmente para os negócios iniciais, costuma ser uma luta árdua. Para as agtechs, é ainda pior. Entenda mais.
Agtechs enfrentam dificuldade para acessar capital, ainda assim, o número total de agtechs no Brasil é 15% maior que 2022. (Foto: Unsplash).
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5 min
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7 dez 2023
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Atualizado: 7 dez 2023
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Considerando o mercado local e a representatividade do agro na economia brasileira é fácil perceber o tamanho do mercado potencial das soluções de tecnologia para esse mercado.
No entanto, as startups do agro brasileiro enfrentam dificuldades quando o assunto é captar recursos. Acessar capital e ganhar escala, especialmente para os negócios iniciais, costuma ser uma luta árdua. Isso é o que indica o relatório Radar Agtech 2023 – produzido pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens.
Cerca de 72% dos empreendedores das 247 startups que participaram do estudo sobre fontes de financiamento afirmam já ter tomado empréstimos com familiares e amigos. Depois, as fontes de financiamento mais frequentes das agtechs são: investidores-anjo (22,1%), aceleradoras (17,4%) e investidores de venture capital (15,4%).
Fabrício Pezente, CEO e fundador da agtech/fintech Traive, afirma que:
“É muito difícil captar no Brasil, principalmente quem está criando tecnologia”.
O cofundador e sócio da Homo Ludens, Luiz Sakuda, declara que muitas vezes o empreendedor precisa de recursos para expandir o negócio através de investimento em marketing e não encontra abertura em bancos tradicionais. Já as alternativas do VC implicam em diluir o controle das empresas.
O mesmo relatório também destaca as tendências para as agtechs nos próximos meses. Dentre elas, inteligência artificial, IoTs (equipamentos e sensores que enviam e recebem dados), automação, digitalização e machine learning (uso de dados para treinar algoritmos a reconhecer padrões), aumento de conectividade e uso de sensores.
Ainda que as tecnologias de ponta representem o futuro da agropecuária no país, o Brasil ainda conta com alguns limitadores para essa expansão, como a baixa presença de redes de telefonia e a lenta instalação da rede 5G em regiões rurais do Brasil.
Outra dificuldade é o acesso a times de profissionais de desenvolvimento dessas tecnologias. São profissionais disputados por empresas de diferentes portes e segmentos. Aline Oliveira, cofundadora e diretora de IA na Traive, essa barreira impede que várias startups brasileiras ganhem escala.
Apesar da dificuldade para levantar capital, o número de startups do agro no Brasil cresceu cerca de 15% em um ano, segundo o mesmo levantamento. São 1953 agtechs em operação, 250 a mais que em 2022.
Outro destaque positivo é que está em curso uma desconcentração de startups do segmento no Sudeste: a região detinha 61,4% das agtechs do Brasil, agora detém 56,9%. São Paulo segue como principal pólo de inovação, com 43,4% das empresas.
Enquanto isso, a região Norte saltou de 1,5% para 5,9% em participação de 2022 para 2023. Também, empresas atuando na Amazônia Legal foram de 36 no ano passado para 100 neste ano. O forte crescimento tem a ver com programas de fomento na região.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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